Airbnb abandona mercado doméstico chinês: nem férias, nem casas a partir de Julho

Depois dos grupos do Google e do Facebook, chegou a vez de a gigante mundial dos alojamentos para férias desistir de negócios na China.

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China: nem férias, nem casas a partir de Julho Unsplash

A plataforma de arrendamentos para férias Airbnb vai encerrar todas as suas propostas na China a partir de 30 de Julho, confirmou a empresa esta terça-feira, 24. A multinacional junta-se assim a uma longa lista de plataformas de Internet ocidentais que optaram por sair do mercado doméstico chinês.

A Airbnb fez o anúncio numa carta publicada na sua conta oficial no WeChat dirigida aos seus utilizadores chineses, sem desenvolver as razões subjacentes à decisão. A empresa sediada em São Francisco disse que os utilizadores chineses continuariam a poder reservar alojamentos e experiências no estrangeiro.

“Tomámos a difícil decisão de reorientar os nossos esforços na China para as viagens ao estrangeiro e suspender as nossas casas e experiências de anfitriões na China, a partir de 30 de Julho de 2022”, escreveu Nathan Blecharczyk, co-fundador da Airbnb, na carta.

A Airbnb junta-se a uma longa linha de empresas de Internet ocidentais como a Linkedin e a Yahoo que se retiraram da China, mais um sinal do isolamento da Internet da segunda maior economia do mundo.

Quase todas as principais plataformas ocidentais da Internet, incluindo a Alphabet (universo Google) e Meta Platforms (universo Facebook) deixaram de fornecer serviços aos utilizadores finais na China continental, citando razões que vão desde a censura até dificuldades de operação no país.

Blecharczyk disse que a decisão era difícil e que estava orgulhoso do que a Airbnb tinha conseguido na China. “A decisão não foi fácil para nós e sei que é ainda mais difícil para vós”, disse. “Construímos e crescemos juntos uma próspera comunidade anfitriã na China e recebemos mais de 25 milhões de hóspedes desde 2016”.

A CNBC comunicou pela primeira vez a decisão da Airbnb na terça-feira. O New York Times relatou que, como parte da decisão, a Airbnb iria retirar cerca de 150 mil alojamentos e experiências listadas na China, dos seis milhões que têm em todo o mundo. Segundo a empresa, as estadias na China representaram cerca de 1% dos negócios da Airbnb nos últimos anos.

Fundada em 2008, a Airbnb começou a prestar serviços na China continental em 2015. Tinha feito esforços para localizar os seus serviços, incluindo a integração com plataformas chinesas como a Tencent Holdings, dona do WeChat. Os seus principais rivais chineses são Tujia e Xiaozhu.

Em Março, em consequência da guerra na Ucrânia, a empresa cessou também operações na Rússia e Bielorrússia.

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