Passadeira vermelha da antestreia da minissérie de Danny Boyle sobre os Sex Pistols prova que o punk não morreu

Irreverência e cores berrantes tomaram conta da festa da antestreia da minissérie Pistols, proporcionando uma viagem aos anos em que o punk agitou a cena londrina.

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Steve Jones, Chrissie Hynde, Jeni Cook e Paul Cook Lia Toby/Getty Images

O guitarrista Steve Jones, a cantautora norte-americana Chrissie Hynde, que namorou com Jones nos idos anos 70, o baterista Paul Cook e a mulher deste, Jeni Cook, desfilaram na passadeira vermelha a provarem que, apesar de tudo, o punk não morreu. E os figurinos dos restantes convidados para a antestreia não podiam estar mais alinhados, com toques de irreverência, cores berrantes, transparências e muita ousadia.

Os Sex Pistols voltaram a ser o centro das atenções londrinas, 45 anos depois de terem agitado pela primeira vez o Reino Unido, quando Steve Jones e Paul Cook se juntaram ao realizador Danny Boyle no tapete vermelho para a estreia de um drama que acompanha a ascensão e queda da banda punk. O elenco de jovens actores em ascensão que interpretam a banda na minissérie Pistol também posou para a fotografia no evento ritmado na Praça Leicester, na capital londrina, na segunda-feira. Entre as ausências, destaque para John Lydon (Johnny Rotten dos Sex Pistols), que tentou, sem sucesso, impedir a utilização do material da banda neste trabalho.

Baseado nas memórias de Jones, Lonely Boy: Tales from a Sex Pistol, o drama conta a história de como um grupo de adolescentes da classe trabalhadora formou a banda em 1975, e tornou-se tão insultado pela sociedade britânica como adorado pela juventude rebelde antes da sua separação durante uma digressão caótica pelos EUA em 1978. Com êxitos como Anarchy in the U.K. e God save the queen — uma irreverente exposição da monarquia britânica lançada durante o Jubileu de Prata da rainha, em 1977, que a BBC se recusou a passar na rádio —, os Sex Pistols tornaram-se o nervo central para uma revolução punk que inspirou uma geração de jovens britânicos que cresceram nos anos 70 durante uma época de dificuldades económicas.

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O fotógrafo das estrelas Damon Baker Lia Toby/Getty Images

“Adoro a falta de deferência; o país estava cheio de deferência para com estas pessoas estúpidas... E eles simplesmente destruíram isso”, disse Danny Boyle, que ganhou um Óscar por dirigir Quem Quer Ser Bilionário?, depois de já se ter destacado com Trainspotting, que se tornou filme de culto.

A popularidade dos Sex Pistols foi impulsionada pelas suas atitudes anárquicas e pelas suas aparições na televisão, marcadas pelo discurso ofensivo, ao mesmo tempo que God save the queen (do álbum Never Mind the Bollocks Here's the Sex Pistols) ​estava quase no topo das tabelas oficiais britânicas enquanto decorriam as festividades do Jubileu de Prata de Isabel II. Num eco dos acontecimentos de 1977, Pistol está prevista estrear no streaming nos EUA e Reino Unido apenas alguns dias antes do fim-de-semana de celebração do Jubileu de Platina, ao mesmo tempo que se adivinha uma crise económica no Reino Unido e no resto do mundo.

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O designer e consultor de moda das celebridades Kyle De'Volle Lia Toby/Getty Images

A série conta com Toby Wallace como Jones, Jacob Slater como o baterista Cook, Anson Boon como vocalista Rotten e Louis Partridge como o baixista Sid Vicious, que morreu devido a uma overdose, acidental de acordo com a autópsia, já após a ruptura da banda e depois de ter sido acusado da morte da namorada, crime que nunca confessou. O projecto retrata ainda a vida em torno da Kings Road SEX, dirigida pelo agente dos Sex Pistols Malcolm McLaren, interpretado por Thomas Brodie-Sangster, e pela designer Vivienne Westwood, interpretada por Talulah Riley, que definiu o aspecto da banda e do movimento punk londrino.

McLaren, que morreu em 2010, é retratado como uma personagem principal da série, o maestro fanático que se movia nos bastidores da banda. “Penso que ele é alguém que teve esta visão de uma Inglaterra enfadonha e queria dar-lhe um pontapé no rabo e acordá-la. E ele usou esta jovem geração esquecida de rapazes para o fazer”, observou Brodie-Sangster.

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