Sindicatos de tripulantes dizem que a “gestão por medo na Ryanair tem de parar”

Carta enviada à administração da companhia aérea foi assinada por sete sindicatos de cinco países, Portugal incluído, e ameaça com uma greve este Verão.

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Grupo é gerido por Michael O’Leary Reuters/CLODAGH KILCOYNE

Diversos sindicatos que representam os tripulantes de cabine da Ryanair estiveram reunidos esta quinta-feira em Bruxelas, tendo do encontro saído um documento enviado ao conselho de administração da companhia aérea no qual se afirma que “a gestão por medo” tem de parar. Assinado por sete sindicatos de cinco países (menos do que os que estiveram presentes no encontro), Portugal incluindo, recorda-se as greves realizadas em 2018, e promete-se novas acções de luta este Verão, ou depois, se a empresa não der “uma resposta significativa” às reivindicações dos trabalhadores.

De acordo com o comunicado, distribuído pelo Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) aos associados da desta companhia, a Ryanair “insiste que a legislação europeia e nacional pode ser negociada”, ficando sublinhado que “os direitos básicos de um trabalhador devem ser aplicados e não serão sujeitos a negociação”.

“Os tripulantes continuam a trabalhar sem acesso a água a bordo”, escreve-se no comunicado, destacando também que “não existe apoio local de recursos humanos, de modo a proporcionar protecção adequada em matéria de saúde e segurança no local de trabalho”, e que há “falta de transparência nos sistemas de transferências e promoções de carreira, sendo estas frequentemente utilizadas como forma de intimidação aos trabalhadores, que se sentem assim obrigados a aceitar piores condições de trabalho”.

Destacando que “quatro anos após a primeira acção coordenada de grande escala a nível europeu”, verifica-se “que apenas algumas das questões levantadas foram melhoradas”, é afirmado no comunicado – subscrito por dois sindicatos belgas, dois espanhóis, um italiano e outro francês, além do SNPVAC – que o grupo gerido por Michael O’Leary “opta por ignorar as consequências das decisões” dos tribunais, “com a cumplicidade das autoridades locais e europeias”.

Os governos, defendem os representantes dos tripulantes, “mostram-se demasiado cautelosos em desafiar o modelo da Ryanair, deixando os trabalhadores indefesos contra o dumping social e também os passageiros expostos às perturbações daí decorrentes”.

“Queremos que 2022 seja o ano da recuperação, mas também o ano de um verdadeiro diálogo social”, sublinham os sindicatos, acrescentando que “a comunidade dos tripulantes da Ryanair merece ser respeitada e recusa-se a ser intimidada”.

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