Candidatos apoiados por Trump alcançam vitórias importantes nas primárias republicanas

Influência do ex-Presidente continua a fazer-se sentir no partido. Candidato republicano a governador da Pensilvânia é um dos nomes apoiados por Trump e terá palavra decisiva sobre o direito ao aborto no estado.

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O cirurgião Mehmet Oz é apoiado por Trump nas primárias republicanas da Pensilvânia para o Senado HANNAH BEIER / Reuters

Vários dos candidatos apoiados pelo ex-Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, garantiram vitórias fundamentais nas primárias de terça-feira, numa indicação para as eleições de Novembro.

Trump mostrou que o seu apoio a candidatos continua a arrastar a base republicana para as urnas e que ele não é, portanto, uma figura do passado, mas do futuro do partido.

Na Pensilvânia, um estado tradicionalmente muito disputado entre democratas e republicanos e de grande importância em qualquer eleição, a nomeação para governador republicano foi assegurada por Doug Mastriano, um senador estadual de extrema-direita que repetiu durante a campanha as afirmações falsas de Trump sobre a fraude eleitoral nas eleições de 2020, ganhas pelo democrata Joe Biden.

Mastriano, de 58 anos, financiou alguns dos autocarros que transportaram para Washington os apoiantes do Trump que invadiram o Capitólio a 6 de Janeiro de 2021. E também impediu jornalistas de cobrir os eventos de campanha e foi fotografado em várias ocasiões com apoiantes do movimento de conspiração QAnon. Mastriano irá enfrentar em Novembro o actual procurador-geral da Pensilvânia, Josh Shapiro, que venceu a nomeação democrata.

O vencedor terá um papel importante na decisão sobre se as mulheres da Pensilvânia têm ou não acesso a abortos seguros, uma vez que o Supremo Tribunal dos EUA parece estar decidido a acabar com as protecções federais para esse direito nas próximas semanas. Se isso acontecer, cada estado terá autonomia para aprovar as suas próprias leis, sem quaisquer restrições, e os governadores têm a tarefa de promulgar as propostas que são aprovadas nas assembleias legislativas.

No caso da Pensilvânia, os eleitores terão de escolher entre Mastriano e Shapiro, que jurou vetar qualquer tentativa da maioria republicana na legislatura do estado para restringir o direito.

Senado empatado

Entretanto, também na Pensilvânia, a contagem continua a não mostrar um vencedor claro nas primárias republicanas para um dos lugares do estado no Senado dos EUA. De acordo com a CNN, regista-se um empate técnico entre o empresário David McCormick e o cirurgião e celebridade da televisão Mehmet Oz, que recebeu o apoio de Trump.

Antes da meia-noite de terça-feira, McCormick, que liderava por uma mão cheia de votos, dirigiu-se aos apoiantes e pediu-lhes que fossem para casa porque a recontagem ia continuar esta quarta-feira.

O candidato republicano que sair vitorioso desta eleiçºaovai enfrentar John Fetterman, que venceu o centrista Conor Lamb na primária democrata, e que se encontra hospitalizado depois de ter sofrido um ataque cardíaco na semana passada. Num comunicado, o Presidente dos EUA, Joe Biden, expressou apoio a Fetterman e disse que o partido está agora unido no apoio a esta candidatura.

Cawthorn afastado

Na Carolina do Norte registaram-se resultados diferentes para os candidatos apoiados por Trump. Ted Budd ganhou a nomeação republicana para um dos lugares do estado no Senado dos EUA, mas o congressista Madison Cawthorn perdeu nas primárias para a Câmara dos Representantes. Cawthorn, de 26 anos, tinha enfurecido o aparelho do partido ao afirmar que outros congressistas o tinham convidado para uma orgia em Washington.

Por outro lado, faz também parte da ala mais extremista do partido e foi um dos legisladores que participou no comício que Trump deu fora da Casa Branca, a 6 de Janeiro de 2021, e durante o qual convidou os apoiantes a marcharem até ao Capitólio para impedirem que a vitória eleitoral de Biden fosse certificada.

No total, cinco estados realizaram primárias naterça-feira: Idaho, Kentucky, Carolina do Norte, Pensilvânia e Oregon.

Este dia marcou mais uma série de primárias para as eleições de 8 de Novembro, em que os democratas vão defender as maiorias conquistadas em ambas as casas do Congresso. As eleições intercalares servem geralmente como forma de medir a taxa de aprovação do Presidente, neste caso Biden, porque têm lugar dois anos depois da tomada de posse do chefe de Estado.

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