Dez passos para celebrar o Dia Internacional dos Museus – e o seu poder

Os museus voltam a estar em festa a 18 de Maio (e para além da data). Por todo o país, sente-se a chamada para celebrar O Poder dos Museus, seja a brindar, a aprender, a encarrilar ou até a ruminar.

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Jardins da Fundação Gulbenkian DANIEL ROCHA
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Um passeio pelos jardins do Palácio de Cristal Adriano Miranda
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Amoreiras 360 Panoramic View junta-se ao Reservatório da Mãe d'Água DR
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A festa do Dia Internacional dos Museus chega a Famalicão DR
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Barcelos anda nos Caminhos do Barro entre Culturas Ana Marques Maia
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O Centro Internacional das Artes José de Guimarães convida a Ruminar o Museu DR
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Oby – Gentes Verdes, um percurso pelos jardins do Palácio de Cristal, no Porto DR
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O Oriente nos Menus dos Séculos XIX e XX DR

Quase todos abrem as portas gratuitamente. Muitos, alargam os horários. Em vários, a efeméride prolonga-se por mais um punhado de dias. Comum a todos é a vontade de mostrar a vitalidade dos seus espaços a gente de vários gostos e idades. Valem visitas guiadas, espectáculos, percursos, workshops, conversas e muito mais. O importante é celebrar O Poder dos Museus, tema escolhido este ano para destacar a sua força transformadora e “o seu importante papel na construção de um futuro melhor”, lê-se na nota de intenções da iniciativa. Entre as centenas de sugestões que compõem o mapa deste Dia Internacional dos Museus – na sua maioria, gratuitas – escolhemos esta dezena para servir de exemplo ou aperitivo.

Barcelos a dar à roda

A bandeira dos Caminhos do Barro entre Culturas, hasteada para promover as cerâmicas de Barcelos (Portugal) e do Tarrafal (Cabo Verde), dá forma à festa que o município centra no Museu de Olaria. Com uma série de residências artísticas a decorrer desde o início do mês, o dia 18 está reservado às oficinas de modelagem com oleiras dos dois territórios, a quem cabe partilhar os elementos identitários de cada cultura, no que ao barro diz respeito. Destinadas a escolas e ao público em geral, decorrem entre as 14h e as 17h30 e são de participação gratuita, mas sujeita a inscrição em servicoeducativo@cm-barcelos.pt. O programa estende-se ao dia 21 de Maio, com o evento europeu Bom Dia Cerâmica!, o encontro internacional alusivo ao tema – detalhado aqui – e o museu aberto pela noite dentro (música incluída). Tudo com entrada livre, como manda a cartilha da efeméride.

Famalicão a acordar máquinas

Um Cordel d’Histórias desfiado no Museu de Arte Sacra da Capela da Lapa. Uma oficina para Coleccionadores de Memórias na Fundação Castro Alves. Um peddy-paper na Fundação Cupertino de Miranda. Teatro de fantoches no Museu Nacional Ferroviário - Núcleo de Lousado. Um workshop para conhecer e degustar As Cores do Chá na Casa-Museu Soledade Malvar. Um espectáculo em que as máquinas do Museu da Indústria Têxtil da Bacia do Ave “acordam de um sono profundo e, como numa dança eufórica, movimentam-se e cantam enquanto tecem belíssimas obras de arte”. E, entre outras propostas, muitas visitas orientadas. É assim que Famalicão faz a festa dos museus entre os dias 18 e 22 de Maio. A esta programação – elencada aqui – juntam-se o desafio de tentar encontrar a saída de uma Escape Room, resolvendo em grupo os enigmas dos Delírios de um Coleccionador (a partir de 22 de Maio), e a iniciativa Há Noite do Museu, que faz ecoar no Museu Bernardino Machado, no Palacete Barão de Trovisqueira, Sons do Património criados pelo artista St. James Park com base em registos sonoros dos museus do concelho (dia 21, às 23h).

Guimarães a Ruminar o Museu

O Centro Internacional das Artes José de Guimarães convida a Ruminar o Museu. A ideia é embarcar numa performance que é também “um percurso guiado e uma reflexão poética” e que envolve degustações. Criada para o espaço por André Alves, Filipa Araújo e Max Fernandes e outros artistas, anda entre o interior e o exterior a proporcionar “experiências audiovisuais e sensoriais que pensam a história enquanto narração, degustação e metabolismo”, com passagem pela memória do local, onde antes funcionou o mercado vimarense. Marcada para esta quarta-feira, às 19h, faz parte de todo um programa pensado para passar a data a celebrar o Dia Internacional dos Museus. Nos planos há ainda visitas orientadas pel’A Oficina ao ciclo de exposições Voz Multiplicada (às 10h, 11h e 12h), oficinas de artes visuais (às 14h) e de correspondência (às 15h30), e uma conversa sobre Um museu na cidade (às 21h30).

Porto a passear com Gentes Verdes

Junte-se a festa do Dia Internacional dos Museus à data dedicada ao Fascínio pelas Plantas, ambos assinalados no calendário a 18 de Maio. O resultado é Oby – Gentes Verdes, um percurso pelos jardins do Palácio de Cristal, no Porto, de braço dado com a poeta e activista indígena Ellen Lima. Promovida pela Galeria Municipal do Porto, a iniciativa está marcada para quarta-feira, às 17h, e propõe “uma reflexão sobre temporalidade ancestral e contemporânea” sem esquecer as “perspectivas não ocidentais de entendimento e relacionamento com a Natureza”, explica a nota de imprensa. A inscrição, gratuita, é feita através do endereço galeriamunicipal@agoraporto.pt.

Alcobaça a brindar e cabecear

Vinho, loiça, electricidade, liberdade e… Cabeças. É assim que Alcobaça sobressai no mapa do dia. As atenções concentram-se no Museu do Vinho, no Museu Raul da Bernarda e na Central da Confluência dos Rios Alcoa e Baça. O primeiro convida a visitas temáticas à sua colecção de mais de dez mil peças, que faz dele “o maior e mais completo” do género no país (às 10h, 11h, 12h, 14h, 15h, 16h e 17h), ao mesmo tempo que brinda à liberdade ao pô-la em contraste com Lápis Azul: A Censura no Estado Novo, exposição itinerante do Museu Nacional da Imprensa. Ao Museu Raul da Bernarda, instalado na antiga fábrica, cabe mostrar ao detalhe a sua exposição permanente de louça artística produzida “de finais do século XIX aos anos 50 do século XX” (das 10h às 13h e das 14h às 17h). Ali também se encontram Cabeças Imaginárias vindas da aldeia de Cabeças, concelho de Alvaiázere. A comunidade foi desafiada a pôr as mãos no barro e o resultado foi este: “criativas cabeças de homens barbudos, mulheres sorridentes, orelhudos, gatos, vacas, monstros e até uma cabeça de peixe”. Quanto à central, chama o público a descobrir a história “da primeira mini-hídrica industrial” da cidade, “que viria a marcar a paisagem da então vila alcobacense, eminentemente rural (das 10h às 12h e das 14h às 17h), e a estar presente na inauguração da exposição Rios de Portugal: Alcoa e Baça, precisamente a 18 de Maio.

Barcarena a rebentar de ideias

A Fábrica da Pólvora, em Barcarena (Oeiras), assiste a uma explosão de sugestões para toda a família, com efeitos estendidos até ao fim-de-semana. Os mais pequenos podem contar com Boom, Uma Experiência Explosiva, que recorre à recriação teatral para mostrar o que seria um dia na vida de um polvorista (dia 18, às 10h30), e com o ABC da Música explicado por solistas da Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras (dia 19, às 10h). No fim-de-semana, além das visitas abertas ao Edifício das Galgas, à Central Hidroeléctrica e às Centrais Diesel (das 11h às 17h), estão agendadas visitas guiadas, oficinas, um recital, uma conversa e uma aula de ioga no jardim. Todas as actividades são gratuitas, mas requerem inscrição prévia (mais informações aqui).

Lisboa a mostrar-se a 360 graus…

Em Lisboa, a data motiva a união de dois miradouros que oferecem vistas únicas sobre a capital: o Amoreiras 360º Panoramic View, que fica no terraço do centro comercial e é o mais alto da cidade, e o Reservatório da Mãe d'Água das Amoreiras, que faz parte do Museu da Água. A ideia é “descobrir as colinas de Lisboa sob outra perspectiva”, interpretando a evolução da cidade ao longo dos tempos”, anunciam. Marcadas para 18 de Maio, às 16h e às 19h, as visitas guiadas são gratuitas, mas requerem inscrição através do número 218100215 ou do endereço mda.epal@adp.pt.

… a festejar na fundação…

Durante três dias – 18, 21 e 22 de Maio –, a Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, abre a casa à causa: O Poder dos Museus entra nos espaços da instituição (jardim incluído), convidando miúdos e graúdos a visitar gratuitamente as exposições ali patentes, das 10h às 18h, sendo o horário prolongado até às 22h, no dia 21. Entre elas estão Moldada na Escuridão de Hugo Canoilas, O Poder da Palavra III e a colectiva Europa Oxalá. A festa faz-se também de encontros com artistas e curadores – que tanto abordam a física quântica das obras de arte como a condição humana de Rembrandt –, conversas, workshops diversos (serigrafia, costura criativa, upcycling, ilustração e escrita), performances e DJ sets. O cartaz detalhado está disponível aqui.

… e a mostrar menus do Oriente

Menus, convites e elementos da ephemera social estão entre as mais de duas centenas de peças da Colecção Gonçalo de Vasconcelos e Sousa, que podem ser vistas a partir de 18 de Maio no Museu do Oriente (Lisboa). Compõem a nova exposição O Oriente nos Menus dos Séculos XIX e XX, dedicada a mostrar as artes decorativas da mesa, da esfera protocolar ao convívio informal, onde se encontram estéticas habitadas por figuras identitárias de culturas longínquas como a China, o Japão ou o Sudeste Asiático. Mulheres vestidas de kimono, juncos em paisagens fluviais, trabalhadores nos arrozais, grous e tigres são alguns dos motivos utilizados como adorno nos menus e convites. A acompanhar a inauguração, marcada para as 18h30, o museu alinha a conferência A ephemera social, os menus e o Oriente nos séculos XIX e XX, com o próprio coleccionador a contextualizar “a paisagem política, social e cultural que viu nascer as peças em exposição”, explicam em comunicado. O encontro é às 17h30 e tem entrada livre, tal como a entrada no museu. Ainda à boleia da festa, neste dia, os mais novos podem participar na oficina Dicionário das Cores (das 14h30 às 15h30, grátis mediante inscrição). A exposição ficará patente até 25 de Setembro, de terça a domingo, das 10h às 18h (sextas, até às 20h).

Palmela a passar pelas gotas

É a passar Pelas Gotas da Água e a passear do Chafariz de D. Maria I até ao castelo que Palmela festeja o dia. O convite tem o Museu Municipal como remetente e é endereçado a quem queira participar numa visita guiada e encenada, que vai percorrendo o centro histórico e, ao mesmo tempo, abordando “a importância da água, a sustentabilidade e as alterações climáticas”. Arranca às 20h, tem duas horas de duração e conta com “personagens de outros tempos, que nos revelam, por entre o som da água, memórias das fontes, lavadouros e chafarizes”, anuncia a autarquia. A participação é gratuita, mediante inscrição até 17 de Maio, pelo endereço patrimonio.cultural@cm-palmela.pt. Para lá da data, há duas outras ideias para encarrilar nos festejos, ambas em Pinhal Novo: uma conferência acerca d’O Azulejo nas Estações Ferroviárias, no Auditório da Junta de Freguesia (dia 21h, às 15h), e um espectáculo da Filarmónica Enarmonia no Museu - A Estação (também no sábado, às 21h).

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