No Lisbon Bar Show vai erguer-se o copo a todos os profissionais dos bares e da restauração

No Altice Arena do Parque das Nações, o Lisbon Bar Show celebra o regresso e a retoma, após dois anos de pausa pela pandemia, com centenas dos “melhores do mundo” na arte da mixologia e das bebidas. Cocktails, provas, conversas, workshops marcam os dias 18 e 19 de Maio. Para profissionais e para amadores que queiram “provar e aprender”. Dia 18, há um brinde gigante ao sector.

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É a 7ª edição do Lisbon Bar Show Ricardo Gomes

Com a declaração de pandemia em 2020, chegaram tempos árduos para todos, mas entre os sectores que mais sofreram, com encerramentos prolongados e contenções várias, contam-se os bares e a restauração em geral. Por isso, Alberto Pires, organizador do Lisbon Bar Show, que se prepara para viver nova edição após a pausa pandémica, mesmo a tempo de uma desejada retoma, “este ano, a grande novidade da feira é ela acontecer”.

“Foram dois anos muito, muito difíceis”, diz-nos Pires, que há quase duas décadas se dedica ao catering de bebidas com o Mojito Bar Catering e há quase uma à organização do Lisbon Bar Show (LBS): “Tivemos de cancelar a edição de 2020 de repente. Foi um imenso prejuízo. E quanto a eventos também foi um ano em que não aconteceu nada”, recorda. Já em 2021, a sorte foi que “houve muitos casamentos”, assinala. Para o sector, foi um tempo em que viu “muita gente a mudar de ramo”, vários bares e alguns mais especializados a fechar: em matéria de casas com os cocktails como pilar, lembra o promissor Electric Shaker em Lisboa, que tinha aberto portas pouco antes da pandemia.

Mas também houve aberturas de registo, salienta, caso do Quattro Teste, que se apresenta como um “bar basco-italiano de cocktails”, na Mouraria, também em Lisboa. Alf del Portillo, mentor deste último é, aliás, uma das “estrelas” do sétimo LBS, que decorre na Sala Tejo do Altice Arena, no Parque das Nações, dias 17 e 18 de Maio. “Vai ser maior que em 2019”, garante Pires, realçando, porém que o “objectivo não é crescer muito em visitantes, mas em reconhecimento, em Portugal e lá fora”. Noutras edições participaram cerca de seis mil pessoas.

Anunciado como “um dos maiores eventos de cocktails e hospitalidade da Europa”, este show de bares chega com um cartaz repleto de estrelas da mixologia, das bebidas e de tendência. “Temos alguns dos melhores profissionais do mundo”, destaca. O evento, que tem a França como país convidado, além de 120 expositores, reúne centenas de bartenders, empresários e especialistas. Entre conversas, workshops e degustações, são muitas as oportunidades para sentir o pulso ao tema. E não só para profissionais: “Qualquer pessoa que se interesse por este mundo, mesmo que amador, pode vir, aprender e degustar” — o bilhete para os dois dias custa 30 euros e permite aceder a todos os eventos e degustações. Mas, sublinha Pires, não se pretende um ambiente contínuo “de festa” com álcool a correr a rodos. “Doses de degustação”, assinala, que mais vale prevenir e deixar o “beber bem” (que é como quem diz, “um pouco mais"), para o final. Ainda assim, garante-se a hidratação. “Há sempre pessoas a servir a água, como os mochileiros dos festivais”, sorri Pires.

O programa inclui uma meia centena de personalidades, entre Patrick Pistolesi, que está à frente do bar Drink Kong de Roma, o 19.º melhor do mundo segundo a lista dos The World's 50 Best Bars; Christian Maspes do conceituado Churchill Bar do Hyatt Regency de Londres; Júlio Bermejo, um dos maiores especialistas mundiais em tequila; Ian Burrell, guru do rum, que por sinal vem falar do rum da Madeira; o casal Jared Brown e Anastatia Miller, autores de mais de trinta obras sobre os cocktails e verdadeiras enciclopédias vivas do tema; Remy Savage, “uma lenda na comunidade de bartenders”, “filósofo e empresário”, e que até abriu um bar “em plena pandemia”, tão conceptual que nem tem nome – fica em Dalston, Londres, e, assinala-se no programa do LBS, é “influenciado pelo movimento Bauhaus”, como nome tem “apenas formas: triângulo amarelo, quadrado vermelho e círculo azul”. Estarão também presentes os organizadores da London Cocktail Week, que vão “apresentar, em primeira mão, o Pinnacle Guide, um guia mundial de todos os bares e com classificações”.

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Alberto Pires Carlos Rodrigues

Entre os nomes da coqueteleria portuguesa estarão, entre outros, Paulo Gomes, bartender e co-fundador de uma meca dos cocktails em Portugal, também na lista dos melhores bares do mundo, o Red Frog (e também do “irmão” Monkey Mash); ou Nelson de Matos, do Royal Cocktail Club, já com culto no Porto.

No evento, tanto se pode aprender a fazer pairings de cocktails com chefs (Vincent Farges do Epur e Frederic Breitenbucher do The Albatroz Hotel estarão presentes), como, claro, aceder a demonstrações de mixologia e provas.

Para Pires, o evento marca “o dinamismo do sector” e as suas tendências, passando pela “democratização” geral do cocktail, a sua crescente omnipresença em todo o tipo de espaços, a “procura de cocktails menos alcoólicos”.

Um dos grandes momentos está marcado para 18 de Maio, não em vão o proclamado Dia Nacional do Cocktail, uma data precisamente lançada por Alberto Pires em 2016. Desta feita, prepara-se um brinde gigante ao sector dos bares e afins: um mojito gigante marcado para as 17h em que deverão participar cerca de 400 profissionais.

No site do LBS estão disponíveis todos os detalhes, programa e a reserva de bilhetes.

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