Seca histórica “encolheu” maior lago da Califórnia

A seca que a Califórnia enfrenta já é visível do espaço: o lago Shasta está actualmente com 40% da capacidade total, o nível mais baixo registado em 45 anos. Os campos agrícolas estão em pousio e os jardins já não podem ser regados com fartura.

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A seca que a Califórnia enfrenta já é visível do espaço: o lago Shasta, o maior reservatório de água deste estado dos Estados Unidos, “emagreceu”. Está actualmente com 40% da capacidade total, o nível mais baixo registado em 45 anos. Nesta imagem, registada por um dos satélites europeus do programa Copernicus, o Sentinela-2, no dia 4 de Maio, o Shasta assemelha-se em vários segmentos a rachaduras numa porcelana verde.

Segundo a Direcção-Geral da Indústria da Defesa e do Espaço (DEFIS, na sigla inglesa) da Comissão Europeia​, que divulgou a imagem, o reservatório é crucial para o Projecto Vale Central, que garante o fornecimento de água à região. Este sistema hídrico foi construído com o objectivo de proteger a Califórnia da seca hidrológica. Contudo, com “emagrecimento” do Shasta, o abastecimento está comprometido e a utilização de água em algumas localidades já está unicamente restrita à saúde humana (ou seja, higiene e hidratação) e às actividades essenciais.

No distrito de Las Virgenes, por exemplo, os proprietários de mansões estão a receber advertências por uso excessivo de água para manter os jardins verdejantes. O jornal Washington Post relata que as autoridades estão a pedir que a irrigação seja reduzida em 35% a partir do início de Junho. Se o abastecimento não se regularizar nos próximos meses, os decisores políticos locais estão a aventar a hipótese de proibir o uso livre de água. Acabam-se assim as regas, os banhos de mangueira, a renovação do conteúdo das piscinas, entre outros usos. Em Los Angeles, já se vêem rectângulos de relva a serem removidos das casas para ajudar a manter as torneiras fechadas, por exemplo.

A seca histórica que assola a Califórnia está ainda a colocar em risco a capacidade de gerar energia hidreléctrica, assim como a capacidade de produção agrícola. Ainda segundo o Washington Post, há campos que estão em pousio, uma vez que os agricultores não têm capacidade de os regar. A subida das temperaturas também está a criar as condições perfeitas para a deflagração de incêndios florestais.

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