“Putins”: que los hay, los hay!

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Pormenor de uma exposição de arte urbana contra guerra, por artistas ucranianos e romenos em Bucareste EPA/ROBERT GHEMENT

Putin é único, no sentido em que apenas existe uma pessoa com esse nome e é presidente da Rússia. Mas, para além desse Putin, existem muitos, muitos putins (“novo adj.”).

Os putins estão por todo o lado, são um tipo de pessoas que, tal como Putin, também têm a capacidade de destruir pessoas, esvaziando-as da sua essência. De facto, uma forma eficaz de se destruir uma pessoa é esvaziando-a da sua essência.

A essência, aquilo que somos, que nos alimenta, que nos define. Aquilo que define a forma como orientamos as nossas ações, que nos dá paz e bem-estar, que nos faz estar vivos e que nos transcende.

Esvaziar alguém da sua essência, é quando conseguimos retirar-lhe o que de melhor essa pessoa poderá ter. Ter, não no sentido da posse de bens materiais — esses, na realidade, não “existem”, são finitos.

Esvaziar alguém é quando, reiteradamente, se vai agredindo a sua essência, de uma forma ativa, mas, também, passiva. Quando se agride como se se tivesse um fino, muito fino “bisturi” e que, de uma forma muito cirúrgica e profunda, se consegue ferir. Mas, também, quando, reiteradamente, se assiste ao tal “procedimento cirúrgico” e não nos posicionamos e, desta forma, reforçamos a agressão e, portanto, somos também agressores. E é desta relação entre diferentes tipos de putins, que se vai conseguindo esvaziar a essência de uma pessoa.

Este tipo de pessoas agredidas na sua essência se, atentas aos outros e com um perfil de cuidadoras, são alvos fáceis, alvos perfeitos para os putins.

Os agressores, autocentrados, cuja essência é a própria agressão reiterada estão bem, estão bem “alimentados”.

E é desta agressão, ativa e passiva, que as tais pessoas vão sendo esvaziadas, insidiosamente destruídas pelos tais putins que, de facto, “los hay, los hay”.

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