Von der Leyen pede aos Estados-membros que entreguem armas à Ucrânia rapidamente

A presidente da Comissão Europeia referiu que não faz “distinção entre o envio de armas leves ou armas pesadas para a Ucrânia” desde que o país “tenha tudo aquilo que precisa para sobreviver à ofensiva russa.”

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A política alemã pediu aos europeus que se mentalizassem para uma possível longo conflito militar com a Rússia Reuters/JANIS LAIZANS

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, pediu aos Estados-membros da União Europeia que forneçam à Ucrânia sistemas de armas “o mais rapidamente possível” e sugeriu que a próxima ronda de sanções poderá ter como alvo o Sberbank, da Rússia, e incluir um embargo ao petróleo russo.

“Isto aplica-se a todos os Estados-membros: nomeadamente àqueles que conseguem atender a este pedido rapidamente, porque só assim a Ucrânia conseguirá sobreviver a esta sua batalha defensiva contra a Rússia”, disse Von der Leyen ao jornal alemão Bild am Sonntag.

Vários países europeus têm-se mostrado reticentes em exportar armas para a Ucrânia, principalmente armas pesadas – como tanques ou caças –, por temerem que tal medida possa escalar a guerra da Ucrânia para um conflito directo entre a Rússia e os Estados-membros da NATO.

Ainda assim, Von der Leyen pediu aos líderes europeus que não adiem as suas decisões baseando-se nas “diferenças de categoria de armas”. “Não faço distinção entre armas pesadas e leves”, disse ela. “A Ucrânia tem que conseguir tudo o que precisa para se defender desta ofensiva.”

Na entrevista ao Bild am Sonntag, a líder europeia disse ainda que os cidadãos europeus devem preparar-se mentalmente para um longo conflito militar na Ucrânia. “Temos que fazer de tudo para que isto acabe o mais rápido possível. E, ao mesmo tempo, temos que nos preparar para o facto de a guerra poder, na pior das hipóteses, durar meses ou talvez anos”, disse a dirigente política alemã.

Sobre o sexto pacote de sanções da UE, que está a ser preparado em Bruxelas, Von der Leyen disse: “Continuamos a olhar para o sector bancário, especialmente o Sberbank, que sozinho representa 37% deste sector russo. E é claro que estamos a negociar todas as questões ligadas à energia.” Disse também que a prioridade é reduzir os ganhos financeiros do Presidente Vladimir Putin.

No seu discurso diário ao povo ucraniano, o Presidente Volodimir Zelensky reiterou que a Ucrânia precisava de mais apoio material do Ocidente para ter uma chance de salvar a cidade sitiada de Mariupol. “Ou os nossos parceiros dão à Ucrânia todas as armas pesadas necessárias, os aviões, e, sem exagero, de forma imediata, para que possamos reduzir a pressão dos ocupantes em Mariupol e quebrar o bloqueio, ou fá-lo-emos por meio de negociações em que o papel dos nossos parceiros deve ser decisivo”, disse o Presidente ucraniano.

Num comunicado diplomático formal enviado a Washington pelo ministério da Defesa russo na semana passada, Moscovo alertou que o envio de armas por parte da NATO é um dos assuntos “mais sensíveis” e poderá trazer “consequências imprevisíveis” por ser uma ajuda directa à defensiva ucraniana.

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