Rússia diz que veículos da NATO que transportam armas para a Ucrânia são alvos militares legítimos

O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Ryabkov, avisa que quaisquer tentativas que visem “abrandar” a invasão ou atacar as forças russas serão “severamente reprimidas”.

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A Rússia está a concentrar-se no leste da Ucrânia Reuters/ALEXANDER ERMOCHENKO

Os veículos norte-americanos e da NATO que transportarem armas para o território ucraniano serão considerados, pelas forças russas, como alvos militares legítimos, disse o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros Sergei Ryabkov em entrevista à agência noticiosa TASS.

“Os americanos e outros ocidentais têm de perceber que as tentativas de abrandar a nossa operação especial, de infligir os maiores danos aos contingentes russos e forças das repúblicas Donetsk e Luhansk serão severamente reprimidas”, assegurou Riabkov, citado pela Reuters. “Estamos a avisar que os veículos de transporte de armas dos EUA-NATO, em todo o território ucraniano, serão considerados por nós como alvos militares legais”, acrescentou.

As autoridades ucranianas têm reclamado o envio urgente de armamento suplementar para fazerem face à agressão militar russa, numa altura em que é esperada uma ofensiva de grande envergadura no leste do país, na região do Donbass. Ao apelo lançado na semana passada por Dmitro Kuleba, em que foram pedidas “armas, armas, armas”, aliados ocidentais têm vindo a reforçar o seu apoio militar e financeiro à Ucrânia.

Ainda esta quarta-feira, a União Europeia anunciou que vai disponibilizar mais 500 milhões de euros para aquisição e fornecimento de armamento às Forças Armadas ucranianas. “Com estes novos 500 milhões de euros adicionais, a UE atribuiu um total de 1,5 mil milhões de euros para apoiar o fornecimento de equipamento militar dos Estados-membros da UE às Forças Armadas ucranianas”, sublinhou o Representante da União para a Política Externa e de Segurança, Josep Borrell. Este pacote segue-se aos que foram aprovados pelos Estados-membros nos dias 28 de Fevereiro e 23 de Março.

“As próximas semanas serão decisivas. Enquanto a Rússia se prepara para uma ofensiva no leste da Ucrânia, é crucial que continuemos e intensifiquemos o nosso apoio militar à Ucrânia para defender o seu território e população e evitar mais sofrimento”, reforçou.

Portugal já enviou entre 60 e 70 toneladas de material de guerra para a Ucrânia, e enviará mais “num futuro próximo”, concluiu o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, na semana passada, à chegada a uma reunião da NATO.

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