Afundou-se o Moskva, o navio mais importante da frota russa no mar Negro

Autoridades ucranianas garantem que o cruzador Moskva foi atingido por mísseis, mas o Ministério da Defesa russo refere apenas um “incêndio” e uma “explosão”, sem revelar as causas.

Marinheiro olha para o navio russo <i>Moskva</i>, no porto ucraniano de Sevastopol, na Crimeia, em 2013
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Marinheiro olha para o navio russo Moskva, no porto ucraniano de Sevastopol, na Crimeia, em 2013 Reuters/STRINGER
<i>Moskva</i> ancorado na cidade portuária ucraniana de Sevastopol, em 2013
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Moskva ancorado na cidade portuária ucraniana de Sevastopol, em 2013 Reuters/STRINGER
O cruzador de mísseis russo <i>Moskva</i> navega no Bósforo, em Istambul, em direcção ao mar Mediterrâneo, a 18 de Junho de 2021
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O cruzador de mísseis russo Moskva navega no Bósforo, em Istambul, em direcção ao mar Mediterrâneo, a 18 de Junho de 2021 Reuters/YORUK ISIK
O navio russo <i>Moskva</i> regressa ao porto na Crimeia, a 16 de Novembro de 2021, após localizar navios da NATO no mar Negro
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O navio russo Moskva regressa ao porto na Crimeia, a 16 de Novembro de 2021, após localizar navios da NATO no mar Negro Reuters/Alexey Pavlishak
Oficiais da marinha russa no <i>Moskva</i>, enquanto regressa ao porto de Sevastopol, na Crimeia, em Novembro de 2021
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Oficiais da marinha russa no Moskva, enquanto regressa ao porto de Sevastopol, na Crimeia, em Novembro de 2021 Reuters/Alexey Pavlishak
Vladimir Putin, o Presidente egípcio Abdel Fattah al-Sisi e o ministro da Defesa russo Sergei Shoigu numa cerimónia a bordo do cruzador de mísseis <i>Moskva</i>, no porto russo de Sochi, a 12 de Agosto de 2014
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Vladimir Putin, o Presidente egípcio Abdel Fattah al-Sisi e o ministro da Defesa russo Sergei Shoigu numa cerimónia a bordo do cruzador de mísseis Moskva, no porto russo de Sochi, a 12 de Agosto de 2014 Reuters/SPUTNIK
O Presidente russo Vladimir Putin e o seu homólogo do Egipto descem do <i>Moskva</i> ancorado no porto de Sochi, em Agosto de 2014
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O Presidente russo Vladimir Putin e o seu homólogo do Egipto descem do Moskva ancorado no porto de Sochi, em Agosto de 2014 Reuters/SPUTNIK
Brasão da Rússia no navio <i>Moskva</i>. Fotografia de 2008
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Brasão da Rússia no navio Moskva. Fotografia de 2008 Reuters/Denis Sinyakov
Vladimir Putin, o Presidente egípcio Abdel Fattah al-Sisi e o Ministro da Defesa russo Sergei Shoigu numa cerimónia a bordo do cruzador de mísseis <i>Moskva</i>, no porto russo de Sochi, a 12 de Agosto de 2014
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Vladimir Putin, o Presidente egípcio Abdel Fattah al-Sisi e o Ministro da Defesa russo Sergei Shoigu numa cerimónia a bordo do cruzador de mísseis Moskva, no porto russo de Sochi, a 12 de Agosto de 2014 Reuters/SPUTNIK
O serviço postal ucraniano pôs nesta quinta-feira em circulação um selo de homenagem à resistência ucraniana, ilustrando o momento em que guardas fronteiriços fizeram o célebre gesto ao navio russo Moskva
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O serviço postal ucraniano pôs nesta quinta-feira em circulação um selo de homenagem à resistência ucraniana, ilustrando o momento em que guardas fronteiriços fizeram o célebre gesto ao navio russo Moskva Reuters/VALENTYN OGIRENKO

O mais importante navio de guerra russo no mar Negro, o cruzador de mísseis Moskva (Moscovo), afundou-se, admitiu o Ministério da Defesa da Rússia. Após uma “explosão” a bordo, toda a tripulação terá sido retirada. O navio estaria a ser levado para o porto de Sebastopol, na Crimeia, mas a agitação marítima fez com que afundasse, avançaram as autoridades russas. Já Kiev garante que o navio começou a afundar-se após o incêndio ter deflagrado.

A Ucrânia assegura que os estragos no Moskva foram provocados por dois mísseis disparados pelas suas forças, enquanto a Rússia garante que se tratou de um acidente. “Por causa de um incêndio, houve munição que explodiu no cruzador de mísseis Moskva. O navio ficou gravemente danificado”, comunicou o ministério russo, citado pela agência Tass, sem revelar as causas do incêndio.

“Os mísseis Neptuno que protegem o mar Negro causaram danos muito graves no navio russo”, reagiu, por sua vez, Maksim Marchenko, responsável pela Administração Militar Regional de Odessa, citado pela Reuters.

Nem russos nem ucranianos apresentaram, porém, quaisquer provas das suas posições sobre o incidente. Procedimento semelhante já tinha acontecido no mês passado, quando a Ucrânia anunciou a destruição do transportador russo Orsk, perto de Berdiansk, e Moscovo manteve silêncio sobre o assunto.

O porta-voz do Pentágono, John Kirby, disse à CNN que os Estados Unidos não têm a certeza sobre o que realmente aconteceu ao navio. “Confirmamos que houve uma explosão, pelo menos uma, e bastante grande, que causou danos significativos ao navio”, afirmou. “A explosão teve uma dimensão tal que temos indícios de que outros navios tentaram prestar auxílio, mas parece que afinal não foi necessário”, explicou ainda Kirby.

Operacional desde os tempos da União Soviética e fundamental nas manobras russas no mar Negro desde 2000, o Moskva tem 186 metros de comprimento e pesa mais de 12 mil toneladas. A sua tripulação superava as 500 pessoas. A sua neutralização é um marco importante para a resistência ucraniana, podendo ajudar a levantar o moral das tropas ucranianas na costa Sul do país.

Os russos “tiveram de escolher entre duas histórias”, comentou o assessor de Segurança Nacional de Joe Biden. “Uma é que isto foi só incompetência, a outra é que eles foram atacados. Em nenhum dos casos há uma saída boa para eles”, disse Jake Sullivan.

Estrategicamente importante para o assalto que a Rússia está a levar a cabo na região costeira – e, particularmente, na cidade portuária de Mariupol, uma das mais castigadas pela guerra –, o cruzador esteve recentemente nas notícias por causa de um episódio que envolveu a resistência ucraniana na ilha de Zmiinii.

Contactados pela tripulação do enorme navio de guerra, via rádio, para se renderem e entregarem o pequeno pedaço de terra – também conhecido por “ilha das Serpentes” –, os 13 elementos da equipa de guardas fronteiriços ucranianos, responderam, em tom de desafio: “Ó navio de guerra russo, vai-te foder”.

A atitude dos guardas foi de tal maneira elogiada pelas autoridades políticas ucranianas, que o serviço postal do país anunciou o lançamento de uma campanha limitada de selos dedicados a eles.

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