Faustin Linyekula aponta um espelho incómodo a Lisboa

Seis anos depois de ter sido Artista na Cidade, o criador congolês volta a imaginar um espectáculo a partir da sua relação com a capital portuguesa. Lisbon, My Lisbon, em cena de 3 a 13 de Março, mostra a difícil procura por um refúgio.

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A festa que aqui se celebra em homenagem a Lisboa é amputada, minada, dorida, sarcástica FILIPE FERREIRA

Ao apresentar-se enquanto Artista na Cidade, em 2016, o coreógrafo congolês Faustin Linyekula contou que Lisboa foi o destino das primeiras férias da sua vida, em 2002, e que logo se sentiu estranhamente em casa quando, ao aterrar, avistou no aeroporto um avião abandonado, ornamentado com a bandeira da República do Zaire. A aeronave pertencera à frota particular do ditador Mobutu Sese Seko, deposto cinco anos antes, e ali foi deixada a degradar-se. “Lisboa não me é uma cidade estrangeira, porque há um pedaço da minha história aqui”, dizia então. Esse pedaço de história volta a ser lembrado nos minutos iniciais de Lisbon, My Lisbon, a criação que agora estreia no Teatro Nacional D. Maria II, onde fica em cena de 3 a 13 de Março. Mas a ele se juntam muitos outros pedaços trazidos pelos seis intérpretes e pela sua própria ligação à cidade – até porque entretanto nela fixou residência durante parte do ano.

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