“Os oligarcas de Londres não vão ter onde se esconder”: Reino Unido exclui Rússia do sistema financeiro britânico

Boris Johnson anunciou “o maior pacote de restrições que a Rússia alguma vez viu”. Bens de oligarcas e empresas com ligação a Putin são congelados e as exportações em áreas estratégicas suspensas.

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Boris Johnson anunciou as novas sanções nesta quinta-feira EPA/SIMON DAWSON / NO10 DOWING STREET / HANDOUT

“Continuaremos, numa missão sem remorsos, a ‘apertar’ a Rússia na economia mundial, bocadinho a bocadinho, dia a dia”. Boris Johnson anunciou, esta quinta-feira, aquilo que considera ser “o maior pacote de restrições que a Rússia alguma vez viu”, em resposta à invasão russa da Ucrânia.

O primeiro-ministro britânico descreveu o que é, na prática, um afastamento total de instituições russas da economia do Reino Unido, apertando novamente o cerco aos oligarcas e a outras figuras com ligações ao Kremlin e suspendendo exportações na área da tecnologia e de componentes para o processo de refinação de petróleo.

“Os oligarcas de Londres não vão ter onde se esconder”, afiançou Johnson.

Quais são as medidas anunciadas no Parlamento britânico?

  • Exclusão total dos bancos russos do sistema financeiro britânico
  • Impedir que empresas russas se financiem no Reino Unido ou contraiam empréstimos
  • Alargamento das sanções à Bielorrússia, pelo papel do país nos ataques russos
  • Congelar os bens a mais de 100 entidades e indivíduos que financiam o exército russo
  • Proibir a actividade da companhia aérea estatal russa Aeroflot no Reino Unido
  • Impor restrições às trocas comerciais
  • Implementar legislação que impeça a exportação de bens que podem ser usados para fins militares
  • Suspender a exportação de certos componentes tecnológicos
  • Criar uma célula para monitorizar cumprimentos das sanções

Boris Johnson garantiu que, na vertente económica das sanções, os Estados Unidos vão adoptar medidas semelhantes, de modo a sufocar a economia russa. Johnson alerta, porém, para a necessidade de os países europeus se libertarem da dependência do gás natural e petróleo provenientes da Rússia.

Na madrugada desta quinta-feira, Vladimir Putin deu a ordem para o início de uma invasão da Ucrânia, com uma série de ataques concertados que já atingiram Kiev, capital do país vizinho. As críticas internacionais contra as acções do Kremlin multiplicam-se, com Boris Johnson a deixar a garantia de que a união contra a Rússia é total.

“Na reunião do G7 desta tarde concordamos em trabalhar em uníssono para maximizar o preço económico a pagar por Putin por esta agressão”, adiantou.

As medidas apresentadas esta quinta-feira representam um endurecimento das sanções que já tinham servido de resposta à concentração de militares, tanques e artilharia na fronteira com a Ucrânia. Estas medidas receberam o apoio do Partido Trabalhista, com o Parlamento britânico a unir-se na reprovação aos ataques de Vladimir Putin.


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