Juros dos empréstimos à habitação contratados nos últimos três meses sobem

No conjunto do crédito para a compra de casa, a taxa caiu em Janeiro para 0,798%, face ao mês anterior, e a prestação diminuiu um euro.

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Taxas de juro associadas ao crédito à habitação estão a subir ligeiramente Miguel Manso

A taxa de juro implícita no conjunto dos contratos de crédito à habitação fixou-se em 0,798% em Janeiro (0,801% no mês anterior), mantendo-se acima do mínimo histórico, registado em Setembro de 2021, de 0,785%, revelou esta terça-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE). No conjunto do ano passado, a taxa média fixou-se em 0,821%, uma diferença de apenas 13,6 pontos-base em relação a 2020 e correspondendo ao valor mais baixo da série, iniciada em Janeiro de 2009.

Mas os contratos mais recentes revelam uma ligeira subida da taxa aplicada. Nos contratos celebrados nos últimos três meses, a taxa de juro subiu de 0,682% em Dezembro de 2021 para 0,684% em Janeiro de 2022.

Considerando a totalidade dos contratos, o valor médio da prestação subiu um euro, para 254 euros, sendo que deste valor, apenas 39 euros (15%) correspondem a pagamento de juros e 215 euros (85%) a capital amortizado, o que é explicado pelas baixas taxas de juros. E o capital médio em dívida, neste universo, subiu 350 euros face ao mês anterior, fixando-se em 58.557 euros.

Nos contratos celebrados nos últimos três meses, o valor médio da prestação desceu dois euros, para 305 euros, sendo o montante médio do capital em dívida de 121.870 euros, mais 1481 euros do que em Dezembro de 2021.

Para o destino de aquisição de habitação, o mais relevante no conjunto do crédito à habitação, a taxa de juro implícita para o total dos contratos desceu para 0,812% (-0,4 pontos base face a Dezembro de 2021). Nos contratos celebrados nos últimos três meses, a taxa de juro subiu 0,4 pontos-base, face ao mês anterior, fixando-se em 0,684%.

Em Janeiro, já se verificou uma subida muito ligeira das taxas Euribor, ou, melhor, uma recuperação muito ligeira de valor (uma vez que as taxas se encontram em valores negativos desde 2015), que está a ser mais expressiva em Fevereiro. Os próximos meses poderão trazer novos aumentos, aumentando as probabilidades de as taxas atingirem valores positivos até ao final do corrente ano, uma antecipação de quase um ano face a recentes projecções do mercado, que apontavam para valores acima de zero apenas no final de 2023.

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