Coreia do Norte fecha mês de testes com o míssil de maior alcance desde 2017

O Presidente sul-coreano diz que Pyongyang está cada vez mais perto do fim da moratória para os testes de mísseis de longo alcance, auto-imposta em 2018

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A Coreia do Norte tem vindo a testar mísseis balísticos desde o princípio do mês KCNA/Reuters

A Coreia do Norte testou este domingo o míssil de maior alcance desde 2017, lançando um suspeito míssil de alcance intermédio para o espaço, no que é visto como um passo mais de um país com armas nucleares para voltar aos testes de longo alcance.

O Estado Maior General das Forças Armadas sul-coreano informou que um projéctil, que se acredita ser um míssil balístico, foi lançado às 7h52 de domingo (22h52 de sábado em Portugal continental) desde a província de Jagang, na Coreia do Norte, em direcção ao oceano, ao largo da sua costa Leste.

O Conselho Nacional de Segurança da Coreia do Sul, que convocou uma rara reunião de emergência presidida pelo Presidente Moon Jae-in, afirma que o teste envolveu um míssil balístico de alcance intermédio, algo que a Coreia do Norte não fazia desde 2017.

O lançamento coloca Pyongyang mais perto de pôr fim à moratória auto-imposta em relação a testes de mísseis balísticos intercontinentais de longo alcance, afirmou Moon.

O Presidente sul-coreano salientou que a enxurrada de testes de mísseis deste mês é reminiscente das grandes tensões de 2017, quando a Coreia do Norte conduziu múltiplos testes nucleares e lançou os seus mísseis maiores, incluindo um que sobrevoou o Japão.

O líder norte-coreano, Kim Jong-un afirmou que já não está comprometido pela moratória, que incluía uma paragem nos testes de armas nucleares, anunciada em 2018 no meio de uma onda de diplomacia e cimeiras com o então Presidente dos EUA Donald Trump.

Os líderes norte-coreanos sugeriram este mês que poderiam recomeçar esses testes porque os Estados Unidos e os seus aliados não mostraram qualquer sinal de mudança nas suas “políticas hostis”.

“Os Estados Unidos condenam estas acções e pedem [à Coreia do Norte] que se abstenha de mais actos desestabilizadores”, disse o Comando Indo-Pacífico dos EUA, numa declaração emitida logo a seguir ao teste de domingo.

Um porta-voz do Departamento de Estado afirmou que o lançamento mostra a ameaça que representam os programas norte-coreanos de mísseis balísticos e de armas de destruição maciça ilegais e pediu a Pyongyang que se empenhe num diálogo “sustentável e substantivo”.

Reuters

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