EUA dizem que Coreia do Norte disparou míssil balístico

Japão diz que projéctil voou 500 km. “Este disparo viola várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU e representa uma ameaça aos vizinhos da Coreia do Norte e à comunidade internacional”, afirmou Washington.

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Mulher espreita com binóculos o que está para lá a zona desmilitarizada entre a Coreia do Sul e a Coreia do Norte KIM HONG-JI/Reuters

A Coreia do Norte disparou esta quarta-feira o que os Estados Unidos disseram ser um míssil balístico, poucas horas antes do Presidente sul-coreano Moon Jae-in assistir a uma cerimónia para uma linha ferroviária que ele espera venha a ligar a dividida península coreana.

O primeiro teste levado a cabo pela Coreia do Norte desde Outubro aconteceu na sequência da mensagem de Ano Novo do líder Kim Jong-un, em que prometeu aumentar a capacidade militar do país para contrariar uma situação internacional instável quando não há conversações em curso nem com a Coreia do Sul nem com os Estados Unidos.

“Este disparo viola várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU e representa uma ameaça aos vizinhos da Coreia do Norte e à comunidade internacional”, disse um porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, acrescentando que os EUA continuam empenhados “numa abordagem diplomática” em relação à Coreia do Norte.

De acordo com os militares sul-coreanos, Pyongyang disparou o que “se presume ser um míssil balístico” no Mar do Japão, a leste da península coreana, incidente que os serviços de informações sul-coreanos e norte-americanos estão a “analisar cuidadosamente”.

O porta-voz do Departamento de Estado sublinhou que o compromisso dos EUA defender a Coreia do Sul e o Japão continua a ser “a toda a prova”.

O Ministro da Defesa japonês disse que o projéctil terá voado cerca de 500 km (310 milhas).

Horas mais tarde, Moon Jae-in visitou a cidade sul-coreana de Goseong (na costa Leste), perto da fronteira com a Coreia do Norte, onde partiu para uma nova linha ferroviária que chamou “um trampolim para a paz e o equilíbrio regional” na península coreana.

Moon reconheceu que o lançamento suscita preocupação de um aumento de tensão, e apelou à Coreia do Norte para que fizesse esforços sinceros de diálogo.

“Não devemos desistir da esperança de diálogo a fim de superar esta situação”, disse. Moon, que levou a cabo esforços sem precedentes para dialogar com a Coreia do Norte, manteve-se fiel ao que muitos analistas vêem como uma esperança perdida de um avanço diplomático antes que o seu mandato de cinco anos termine, em Maio.

Voltar a ligar as duas Coreias por via ferroviária foi uma questão central nas reuniões entre Kim e Moon em 2018, mas não houve resultados, depois do falhanço, em 2019, das conversações para convencer a Coreia do Norte a entregar as suas armas nucleares em troca de um alívio das sanções internacionais.

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