Federação de Tauromaquia lança “guia” para orientar aficionados na hora de votar

Neste guia, os partidos são divididos em quatro grupos: os que se têm manifestado “totalmente contra” a tauromaquia, os que se manifestam “contra”, os que estão a “favor” mas revelam algumas reservas e os que estão “totalmente a favor”.

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Paulo Pimenta

A Prótoiro-Federação Portuguesa de Tauromaquia divulgou um “guia” para “esclarecer” os aficionados na votação para as Legislativas de 30 de Janeiro. O documento, divulgado esta segunda-feira, divide os dez partidos com assento parlamentar de acordo com a sua postura face à tauromaquia e tece algumas considerações sobre as posições que têm assumido na Assembleia da República sobre esta matéria.

Segundo a Prótoiro, este “Guia de Votação” visa “permitir aos aficionados conhecer a posição e propostas dos principais partidos em relação à tauromaquia” e “esclarecer os mais de 3 milhões de aficionados e todos os amantes da cultura portuguesa, os eleitores do país real, sobre as posições dos principais partidos sobre a cultura tauromáquica e o que propõem para a mesma”.

“A tauromaquia não tem partidos, é de todos e para todos, mas importa fazer um esclarecimento aos eleitores, de modo a permitir uma decisão esclarecida no momento de votar”, acrescenta a Federação composta pelas associações representativas dos toureiros, dos forcados, dos empresários taurinos e dos criadores de toiros de lide. Nesse sentido, a Prótoiro, considera que, para os aficionados, o momento de votar “é também um momento de exercício cívico da defesa da sua cultura, dos seus direitos e liberdades, dos seus filhos e família, pois o seu voto vai contribuir para a salvaguarda da cultura tauromáquica e o respeito pelas liberdades culturais em Portugal”.

Os dez partidos referidos neste “Guia” são, assim, divididos em quatro grupos: os que se têm manifestado “totalmente contra” a tauromaquia, os que se manifestam “contra”, os que estão a “favor” mas revelam algumas reservas e os que estão “totalmente a favor”.

No que diz respeito a PS e PSD, a Federação Portuguesa de Tauromaquia diz que a liderança socialista tem-se mostrado “Contra as Touradas”, sublinhando que, “apesar de sempre ter sido um partido defensor da tauromaquia, tal como a sua bancada parlamentar, com António Costa o PS aliou-se ao PAN e vendeu a tauromaquia como moeda de troca para a sobrevivência do governo”.

A Prótoiro afirma que o governo PS “discriminou o IVA da tauromaquia para 23%, tentou que os municípios pudessem proibir touradas (na descentralização), acordou proibir os menores de 16 entrarem sozinhos em touradas (mas não chegou a fazê-lo) e tentou proibir as touradas na RTP… tudo com o PAN”, critica, lembrando que ”a ministra da Cultura classificou os aficionados como incivilizados” e que “António Costa pretende passar a governar com o PAN”. Por isso, salienta a Prótoiro, o PS “só não está classificado como “Totalmente Contra” porque “a bancada parlamentar tem uma atitude diferente do governo”.

Já o PSD, segundo a Federação da Tauromaquia, tem-se manifestado totalmente a favor das touradas. “Com a liderança de Rui Rio o PSD reforçou ainda mais a sua defesa da tauromaquia. Na última legislatura foi uma voz proactiva em defesa da tauromaquia no Parlamento. No Orçamento de Estado de 2019 propôs e aprovou o IVA de 6% para a tauromaquia. Voltou a propor a mesma medida em 2020 e 2021”, sublinha a Federação, admitindo que o PSD não se refere a esta temática no seu programa eleitoral, mas vincando que durante o debate com o PAN, Rui Rio “colocou a caça, pesca e touradas como linhas vermelhas para qualquer acordo na formação de um governo” e afirmou, na campanha, quando interpelado por dois grupos de forcados, que a tauromaquia “pode contar sempre com o PSD”.

Os restantes oito partidos com assento parlamentar são, depois, no guia da Prótoiro, divididos entre os que estão “Totalmente a favor das Touradas” (PCP, CDS-PP e Chega), os que estão “Totalmente Contra” (PAN, Bloco de Esquerda, Livre e Partido Ecologista os Verdes) e os que “Estão a favor, mas”, caso da Iniciativa Liberal que, segundo a Prótoiro, “defende a liberdade de existência de touradas mas vota contra o seu tratamento de igualdade fiscal e de apoios perante as restantes áreas culturais”.

Sobre o PAN, a Prótoiro sustenta que “é um partido que convive mal com a democracia e liberdade”, que “tem feito do ataque à tauromaquia uma das suas estratégias para obter visibilidade mediática” e que “pretende continuar a fazer todo o tipo de ataques que o PS lhe permitir, não só às touradas, mas à caça, pesca, agricultura…”, conclui o guia agora divulgado.

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