Dior mostra artesanato e Schiaparelli aposta no brilho na passerelle de alta-costura em Paris

“Acho que ser uma marca de alta-costura hoje, para a Dior, significa apoiar talentos à volta do mundo, para promover as artes e mantê-las vivas”, sublinhou a directora criativa da marca, Maria Grazia Chiuri.

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A overdose de glitter foi equilibrada com tons neutros Reuters/VIOLETA SANTOS MOURA
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Destaque para o saltos médios EPA/Mohammed Badra
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Longos vestidos de noite com as costas descidas EPA/Mohammed Badra
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Em termos de cores, a colecção recai sobretudo nos neutros EPA/Mohammed Badra
Maria Grazia Chiuri
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O desfile aconteceu no Museu Rodin Reuters/VIOLETA SANTOS MOURA
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O tule foi um dos tecidos mais utilizados nesta colecção Reuters/VIOLETA SANTOS MOURA
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O brilho foi equilibrado com peças mais romântica, como este vestido em renda Reuters/VIOLETA SANTOS MOURA
Maria Grazia Chiuri
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A exposição de bordados gigantes de Madhvi Parekh e Manu Parekh serviu de cenário Reuters/VIOLETA SANTOS MOURA
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Brilho, brilho, brilho Reuters/VIOLETA SANTOS MOURA
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E mais brilho EPA/Mohammed Badra
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A proposta da Christian Dior para a próxima Primavera/Verão EPA/Mohammed Badra
Sapato
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A designer Maria Grazia Chiuri Reuters/VIOLETA SANTOS MOURA

A Christian Dior deu vida à passerelle com brilhos e alfaiataria no primeiro dia da Semana de Alta-Costura, em Paris, esta segunda-feira. Para a próxima Primavera/Verão, a directora criativa da casa francesa, Maria Grazia Chiuri, apostou em vestidos sem alças combinados com casacos estruturados, que contrastavam com silhuetas românticas em texturas mais leves, como tule e os plissados. O dia foi também marcado pela apresentação da Schiaparelli.

Depois de uma Semana da Moda Masculina a meio gás com muitos convidados sem conseguir viajar, a Dior ─ à semelhança da Louis Vuitton também do conglomerado LVMH ─ decidiu apostar num desfile presencial. A apresentação da casa de moda francesa, fundada em 1946 por Christian Dior, é sempre um dos eventos mais esperados da estação. Entre os convidados da primeira fila, destacavam-se as actrizes Claire Foy, Madelaine Petsch e Rosamund Pike, assim como a influencer italiana Chiara Ferragni e a editora-chefe da Vogue norte-americana, Anna Wintour.

Bordados em pedraria e pérolas dominaram a proposta de Maria Grazia Chiuri, com vestidos até ao tornozelo, bodies justos completados com collants brilhantes e casacos sem mangas. Nos sapatos, destacam-se, para a próxima Primavera/Verão, os saltos mais modestos, confirmando a crença que o conforto também pode ser elegante.

A overdose de glitter foi equilibrada com tons neutros, sobretudo os pretos e os brancos. No que toca a materiais destacaram-se as capas em caxemira, os plissados cinza e os longos vestidos de noite com as costas descidas em seda.

Maria Grazia Chiuri, a directora criativa da Christian Dior, descreveu a colecção de alta-costura como um palco para as artes e o artesanato, promovendo também a nova geração de artesãos. “Acho que ser uma marca de alta-costura hoje, para a Dior, significa apoiar estes talentos à volta do mundo, para promover as artes e mantê-las vivas”, sublinhou em entrevista à Reuters, acrescentando que “por causa da covid-19, são ofícios em risco de desaparecer”.

Por isso, na estrutura temporária onde decorreu o desfile, nos jardins do Museu Rodin, a marca promove uma exposição de bordados gigantes feitos pelo casal de artistas indianos, Madhvi Parekh e Manu Parekh. A mostra continuará patente ao longo da semana e pode ser visitada. A Dior colaborou, ainda, com a escola de artes Chanakya de Bombaim, para ajudar a criar alguns coordenados, incluindo um top bordado com laços prateados e tachas de cristais.

O surrealismo da Schiaparelli

Também esta segunda-feira, o director criativo da Schiaparelli, Daniel Roseberry, levou o brilho ao Petit Palais ─ num dia em que a Semana da Moda foi ofuscada pela morte do criador Thierry Mugler. Como uma autêntica exposição de arte, as peças da casa francesa foram adornadas com esculturas em folha de ouro de 24 quilates e cristais vintage, muitos deles da década de 1930, explica o designer, no descritivo da colecção.

Para a próxima Primavera/Verão, Roseberry volta ao surrealismo que caracteriza a marca e à redefinição do “dourado Schiaparelli”. “Trabalhamos ao longo de várias estações para encontrar o tom perfeito”, conta o criador. A colecção utiliza apenas três tons, branco, preto e o dourado “perfeito”, como prova de que é possível “atingir o drama” sem depender de cores, acredita o director criativo.

Destacam-se os ombros estruturados e exagerados, um clássico da Schiaparelli, lado a lado com os corpetes, assim como os chapéus gigantes. As formas levadas ao extremo contrastam com tecidos mais suaves como a seda, num desfile onde as estrelas são, sem sombra de dúvida, as esculturas de diferentes formas.

“Há designers que desenham porque adoram roupas. Há designers que fazem roupas porque adoram criar, porque adoram pessoas. Há designers que trabalham a moda como um conceito, como glamour, como um negócio. Eu crio para fazer as pessoas sentir alguma coisa”, conclui Daniel Roseberry, sublinhando que a moda “ainda tem o poder de nos fazer mover”.

Entre os convidados do desfile, destacaram-se o rapper Kanye West ─ ou Ye como passou a chamar-se ─ e a nova namorada, a actriz Julia Fox, ambos vestidos pela Schiaparelli. A Semana da Moda de Alta-Costura continua até esta quinta-feira, 27 de Janeiro, com destaque para os desfiles da Chanel, da Fendi e da Valentino.

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