Riscos da Ómicron são 50% a 60% inferiores aos da Delta

Dados avançados pelo ECDC demonstram que, do total de 155.150 casos da variante Ómicron comunicados entre 20 de Dezembro de 2021 e 9 de Janeiro de 2022, 1,14% resultaram em internamentos, 0,16% implicaram apoio respiratório nas unidades de cuidados intensivos e 0,06% morreram.

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Ómicron “foi identificada em todos os países” da União Europeia e Espaço Económico Europeu ANDY RAIN/EPA

A variante Ómicron, responsável por dois terços dos novos casos de covid-19 na Europa, representa menos 50% a 60% de risco de hospitalização e morte do que estirpes anteriores, como a Delta, anunciou esta sexta-feira o ECDC.

Num relatório divulgado com uma actualização epidemiológica à data de 20 Janeiro, o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) assinala que a Ómicron “foi identificada em todos os países” da União Europeia e Espaço Económico Europeu, com uma “prevalência estimada de 69,4%”, mais 20% face à semana anterior.

“Através de estudos realizados em vários cenários, verificou-se que o risco de hospitalização foi menor para a Ómicron do que para a variante Delta. Contudo, a imunidade prévia à infecção natural, a vacinação incluindo doses de reforço e as melhores opções de tratamento contribuem para resultados menos graves, o que torna difícil estimar o risco inerente de infecção grave”, contextualiza a agência europeia.

Ainda assim, “a maioria dos estudos encontrou uma redução do risco na ordem dos 50-60%”, especifica o ECDC.

Dados avançados pelo centro europeu demonstram que, do total de 155.150 casos da variante Ómicron comunicados entre os dias 20 de Dezembro de 2021 e 9 de Janeiro de 2022, 1,14% resultaram em internamentos, 0,16% implicaram apoio respiratório nas unidades de cuidados intensivos e 0,06% morreram.

Neste período, foram comunicados ao ECDC 570 casos desta estirpe em Portugal, de acordo com o relatório.

“Estudos iniciais sugerem que as vacinas actuais podem ser menos eficazes contra a infecção Ómicron, embora ainda proporcionem protecção contra a hospitalização e doenças graves. Dada a vantagem do crescimento exponencial da propagação e o elevado número de casos, quaisquer benefícios potenciais de uma menor severidade observada podem ser ultrapassados pelo simples número de resultados graves ao longo do tempo”, alerta o ECDC.

A agência europeia fala, por isso, num nível global de risco muito elevado para a saúde pública associado à emergência e propagação da Ómicron.

“Os Estados-membros devem avaliar urgentemente os seus níveis aceitáveis de riscos residuais, as capacidades actuais do sistema de saúde e as opções disponíveis de gestão de riscos, por exemplo, adoptando medidas de contingência”, adianta o ECDC.

A posição surge numa altura de elevado ressurgimento de casos de infecção, que ainda assim não se traduz para já em elevadas taxas de internamento ou de morte. A contribuir para o elevado número de casos, que batem máximos, está a elevada transmissibilidade da Ómicron.

Fazendo um retrato sobre os novos casos de infecção com a Ómicron, o ECDC especifica que a idade média é de 20 a 33 anos e que a transmissão ocorre principalmente ao nível local, sendo apenas 7% dos casos importados ou relacionados com viagens.

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