Empresas prevêem exportar mais 6,5% este ano, acima da pré-pandemia

Aumento do volume de negócios pode ser justificado por mais vendas e preços mais elevado. Subida das vendas para fora da UE será maior do que dentro.

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Inquérito envolveu 3227 empresas que, em 2020, representavam cerca de 90% das exportações de bens Reuters/AMIR COHEN (arquivo)

As empresas portuguesas contam com um aumento de 6,5% nas exportações de bens em 2022, face a 2021. A confirmar-se tais perspectivas, as vendas ao exterior superariam os valores pré-pandemia, segundo um inquérito hoje divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

“As perspectivas das empresas exportadoras de bens apontam para um aumento nominal de 6,5% nas suas exportações em 2022 face ao ano anterior”, refere o INE, detalhando que “as empresas esperam um acréscimo de 7,7% nas exportações para os mercados extra-UE [União Europeia] e de 6,0% para os países intra-UE”.

Segundo salienta o instituto estatítico português, “a confirmarem-se, estas perspectivas permitirão uma recuperação para valores de exportações de bens superiores aos registados no período pré-pandemia”.

Os aumentos maiores são previstos para exportações de “máquinas, outros bens de capital (excepto o material de transporte) e seus acessórios” (mais 9,3%) e dos “produtos alimentares e bebidas” (mais 5,3%).

Realizado em Novembro passado pelo INE, o Inquérito sobre Perspectivas de Exportação de Bens (IPEB) é uma primeira previsão das empresas para a evolução esperada das exportações de bens em 2022.

Em Maio de 2022, será realizada uma nova edição deste inquérito. Estes dados surgem 24 horas depois da divulgação pelo INE do aumento de 16% nas exportações (e de 32% nas importações) em Novembro de 2021, um comportamento "impressionante”, segundo defendeu o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira.

De acordo com o INE, as previsões de evolução das exportações em 2022 “têm subjacente uma revisão significativa da segunda previsão apresentada para o ano de 2021, em mais 6,3 pontos percentuais, para uma variação global esperada de 13,5%”.

Conforme explica, “é possível que esta revisão, consistente com a informação do Comércio Internacional de bens, que aponta, aliás, para uma variação nominal ainda mais acentuada, não decorra somente de um aumento de quantidade, mas também, em grande medida, do forte crescimento de preços que se terá intensificado ao longo do ano passado”.

O IPEB incide sobre uma amostra de empresas exportadoras de bens, em actividade, localizadas em Portugal, que declararam valores de exportação nas estatísticas do Comércio Internacional de Bens (CI) no ano de 2020 superiores a 250.000 euros.

O inquérito envolveu 3227 empresas que, em 2020, representavam cerca de 90% das exportações de bens. A taxa de resposta foi de 96%, correspondendo a 98% do valor exportado das empresas que integram a amostra.

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