“Uma semana de contenção pode não ser suficiente”, assume Graça Freitas

Governo anunciará, na terça-feira, novas medidas de combate à pandemia de covid-19.

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A directota-geral da Saúde, Graça Freitas Daniel Rocha

A directora-geral da Saúde (DGS), Graça Freitas, disse, nesta segunda-feira, que o país “vive situação de altíssima incerteza” provocada pela emergência da variante Ómicron. Já depois de se saber que o Governo anunciará, na terça-feira, novas medidas de combate à pandemia, a responsável abre a possibilidade de a semana de contenção, que estava prevista para depois das festividades do Ano Novo, ser alargada. “Uma semana [de contenção] pode não ser suficiente”, assume Graça Freitas.

A reunião de Conselho de Ministros, que deveria acontecer na quinta-feira, foi antecipada para esta terça-feira. “Esta antecipação resulta do facto de propostas recebidas pelo grupo de epidemiologista que têm apoiado o executivo. Como são medidas com impacto na vida das pessoas, convém que sejam tomadas com antecedência, tendo em vista tornar possível uma melhor preparação e adaptação”, declarou fonte do Governo à agência Lusa.

Sem aclarar de forma concreta as propostas que os peritos deram ao Governo, Graça Freitas, em entrevista ao Polígrafo, da SICN, reforçou a necessidade de se “continuar a vacinação”, “reforçar a testagem” e “evitar aglomerados de pessoas”. Questionada sobre um eventual encerramento de discotecas, Graça Freitas explicou que serão medidas que o Governo decidirá, com base na evidência científica. “Para uma situação de alta incerteza, como a que estamos a viver, devemos tomar medidas cumulativas e precoces. São duas coisas muito importantes”, insistiu.

Ainda sobre as medidas que podem ser anunciadas depois do Conselho de Ministros, a responsável da DGS assumiu a possibilidade de alargamento da semana de contenção. “Uma semana [de contenção] pode não ser suficiente. A situação é diferente daquela que se vivia há três semanas”.

Reforço da vacina vai ser aberto a novas faixas etárias

Sobre os efeitos da nova variante, que tem motivado um reforço de novas medidas de contenção em vários países europeus, Graça Freitas admite que a vacina pode perder alguma eficácia contra a infecção, mas que é eficaz a “travar a forma grave da doença”.

Graça Freitas rejeitou ainda a possibilidade de o país estar atrasado no processo de reforço de vacinação, explicando que a Comissão Técnica de Vacinação irá, no decorrer da semana, baixar os grupos etários que podem receber a dose de reforço da vacinação. Neste momento, todas as pessoas com mais de 50 anos podem receber uma dose de reforço da vacina contra a covid-19.

Portugal registou, no sábado, o maior aumento de óbitos desde Março, ainda durante a pior vaga da pandemia. A responsável da DGS explicou que o padrão se mantém o mesmo: são sobretudo pessoas com comorbilidades e idosas. “A probabilidade de uma pessoa morrer é muito maior nas pessoas que não têm a vacinação completa do que nas pessoas que finalizaram o processo”, garantiu Graça Freitas.

Que medidas para o Natal?

A poucos dias das celebrações do Natal, que habitualmente juntam várias pessoas em locais fechados, Graça Freitas deixou alguns conselhos para mitigar os efeitos da nova variante, evitando o aumento de novos casos de infecção.

Além os testes e de se evitar ter muitas pessoas no mesmo espaço, a responsável da DGS aconselhou o uso de máscara quando as pessoas não estiveram a comer e a divisão das pessoas por vários locais.“Em vez de estarmos todos numa mesa grande, devemos optar por duas ou três mesas mais pequenas”, exemplificou.

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