Bombardeiros nucleares russos patrulham céus da Bielorrússia

O voo de patrulha decorre num clima de preocupações com o aumento de tropas russas junto à fronteira da Ucrânia e depois da crise gerada pela concentração de requerentes de asilo na fronteira entre a Bielorrússia e a Polónia.

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Militar polaco na fronteira entre a Polónia e a Bielorrússia, no Leste do país Wojtek Jargilo/EPA

Dois bombardeiros russos de longo alcance com capacidade nuclear patrulharam este sábado os céus da Bielorrússia, numa missão que visa enfatizar os estreitos laços de defesa entre os dois aliados, num clima de tensões com o Ocidente.

O Ministério da Defesa russo disse que dois Tu-22M3 participaram numa missão de quatro horas para praticar “a execução de tarefas conjuntas com a Força Aérea e defesa aérea da Bielorrússia”.

Os bombardeiros foram escoltados por caças Su-30 da Bielorrússia, que Moscovo forneceu ao seu aliado. Esta patrulha de bombardeiros russos foi a terceira desde o mês passado.

O voo de patrulha decorre num clima de preocupações ocidentais com o aumento de tropas russas junto à fronteira da Ucrânia, o que gerou temores de uma invasão.

Moscovo nega planos para qualquer ataque, mas quer garantias de segurança que excluiriam a expansão da Aliança do Atlântico Norte (NATO) para a Ucrânia e o posicionamento das armas da aliança no território ucraniano, exigências que certamente serão rejeitadas pelos Estados Unidos e pelos países europeus.

Algumas autoridades ucranianas expressaram a preocupação de que a Rússia possa usar o território da Bielorrússia para atacar a Ucrânia.

Moscovo apoiou fortemente a Bielorrússia num impasse tenso, no mês passado, quando milhares de migrantes e refugiados, a maioria do Médio Oriente, se juntaram no lado bielorrusso da fronteira com a Polónia na esperança de seguir para a União Europeia.

A UE acusou o Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, de encorajar travessias ilegais de fronteira como um “ataque híbrido” para responder às sanções da UE contra seu Governo, por reprimir dissidentes internos após a sua disputada reeleição, em 2020.

Foi neste clima que Lukashenko disse, no mês passado, que seu país estaria pronto para receber armas nucleares russas. O líder bielorrusso não deu detalhes sobre que tipo de armas a Bielorrússia estaria disposta a receber, mas observou que a nação, uma ex-república soviética preservou cuidadosamente as infra-estruturas militares necessárias, que remontam ao período da URSS.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, referiu-se à oferta de Lukashenko como uma “advertência séria provocada pela imprudente política ocidental”.

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