Sociais-democratas ratificam acordo de Governo na Alemanha

Olaf Scholz considera que a Alemanha tem muita responsabilidade para lutar contra as alterações climáticas.

Foto
Olaf Scholz , o líder social-democrata que tudo indica sucederá a Angela Merkel como chanceler alemã RAINER KEUENHOF/POOL/EPA

O Partido Social-democrata alemão (SPD) ratificou este sábado o acordo da nova coligação de Governo da Alemanha, que deverá levar à investidura de Olaf Scholz como chanceler na próxima quarta-feira, sucedendo a Angela Merkel. Scholz liderará um Governo de coligação que junta sociais-democratas, verdes e liberais.

O congresso extraordinário do SPD aprovou o acordo de coligação, que teve o apoio de 98,8% dos delegados.

O Partido Liberal (FDP) vota o acordo no domingo e os Verdes divulgam na segunda-feira o resultado da consulta que fizeram às bases do partido.

Se o FDP e os Verdes ratificarem o acordo, como se prevê, o Parlamento federal alemão elegerá a 8 de Dezembro para o cargo de chanceler o social-democrata Olaf Scholz, pondo termo aos 16 anos de Angela Merkel no poder.

No congresso extraordinário, Scholz defendeu o dever de a Alemanha dar o exemplo na luta contra as alterações climáticas e, como grande país industrial, “mostrar” a outros o caminho.

“Nós, na Alemanha, temos uma grande responsabilidade para que isso aconteça”, disse, em Berlim, o líder social-democrata. Se a Alemanha, uma das maiores economias do mundo, não acelerar a transição energética, “ninguém desenvolverá as tecnologias e ninguém mostrará aos outros como fazê-lo”.

“Fazemo-lo por nós próprios mas, ao mesmo tempo, fazemo-lo por todos os outros, porque somos nós que mostramos o caminho (...), como um dos países industriais mais prósperos do mundo, com as tecnologias mais modernas e os melhores cientistas”, acrescentou.

O acordo de coligação atribui um lugar de destaque à luta contra as alterações climáticas e tem como objectivo a eliminação acelerada do carvão como fonte de energia a partir de 2030, bem como alcançar 80% de energia produzida a partir de fontes renováveis.

Mesmo assim, este sábado houve manifestação de ambientalistas em frente ao local do congresso, realizado parcialmente online, por considerarem que o programa da futura coligação não contém propostas suficientes em termos de redução do tráfego aéreo.

As organizações ambientais dizem que o acordo não é suficiente para colocar a Alemanha no caminho para a descida de 1,5°C estabelecida no acordo climático de Paris.

Sugerir correcção
Comentar