Rússia classifica como “provocatórios” exercícios militares dos EUA e da NATO no Mar Negro

Vladimir Putin manifestou a posição russa durante uma conversa telefónica com Emmanuel Macron. Presidente francês também manifestou preocupação pelo envio de militares russos para a região.

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Vladimir Putin EPA/MIKHAIL METZEL/KREMLIN/SPUTNIK/POOL

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, classificou esta segunda-feira como “provocatórios” os exercícios militares realizados por Washington e pela NATO no Mar Negro, durante uma conversa telefónica com o homólogo francês Emmanuel Macron, revelou o Kremlin.

“Na sua conversa com [Emmanuel] Macron, [Vladimir] Putin chamou a atenção para a natureza provocatória dos exercícios em grande escala realizados pelos Estados Unidos, e alguns dos seus aliados, no mar Negro, que aumentam as tensões entre a Rússia e a NATO”, salientou o Kremlin, em comunicado.

O chefe de Estado russo estaria a referir-se à participação de vários navios militares dos Estados Unidos em exercícios no Mar Negro, que Moscovo considerou na semana passada serem “para vigiar” e que Putin descreveu como “um sério desafio”, noticia a agência AFP.

Esta acusação surge num contexto de tensões crescentes em torno do conflito na Ucrânia, país que é banhado pelo Mar Negro. A situação nesta região tem sido muito tensa desde a anexação em 2014, pela Rússia, da península ucraniana da Crimeia.

A Ucrânia está em conflito com separatistas pró-russos, na região leste do seu território, há mais de sete anos. Estas tensões aumentaram nos últimos dias, depois de os Estados Unidos e a União Europeia terem expressado preocupação com o recente envio de militares russos para a região.

Emmanuel Macron manifestou a Putin, durante a conversa telefónica, a sua “forte preocupação” e “desejo de defender toda a Ucrânia”, segundo revelou a presidência francesa.

Os chefes da diplomacia dos Estados Unidos e de França falaram, no sábado, sobre a “preocupante actividade militar russa” na Ucrânia, na sequência do destacamento de tropas russas na fronteira ucraniana.

Antony Blinken e Jean-Yves Le Drian basearam-se em “relatórios sobre actividades militares russas preocupantes na Ucrânia e em zonas próximas” e lembraram “o compromisso inabalável em relação à soberania e integridade territorial” ucraniana, de acordo com um comunicado do Departamento de Estado norte-americano.

Já Putin acusou Kiev de liderar uma “política destrutiva” apontando o “uso recente de drones pela Ucrânia na zona de conflito”, acrescentou o Kremlin.

A utilização de um drone de combate turco pela Ucrânia contra separatistas pró-russos em Outubro causou indignação em Moscovo.

Desde a anexação da Crimeia pela Rússia, em 2014, o conflito já causou mais de 13 mil mortos. A Ucrânia e os países ocidentais acusam Moscovo de apoiar os separatistas militarmente e com meios financeiros, o que as autoridades russas desmentem.

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