Lucros da maior petrolífera do mundo disparam 158%

Petrolífera saudita Aramco melhora resultados com crescimento da procura do petróleo e da economia mundial.

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A Aramco é controlada em 98% por capitais públicos da Arábia Saudita Reuters/Hamad I Mohammed

O aumento da procura do petróleo, que está a puxar pelos preços dos combustíveis a nível global, fez disparar os resultados da maior petrolífera mundial no terceiro trimestre em 158%. A companhia saudita Aramco registou um lucro de 30.400 milhões de dólares (26.300 milhões de euros), quando no terceiro trimestre do ano passado, depois da primeira vaga da pandemia, atingira um montante de 11.800 milhões de dólares (10.200 milhões de euros).

Os resultados foram divulgados ao mercado neste domingo. De acordo com o Financial Times, a Aramco registou os maiores ganhos trimestrais desde 2019.

O grupo petrolífero, controlado por capitais públicos, beneficiou do “aumento dos preços e volumes vendidos de petróleo bruto” e de “margens mais fortes” na refinação e na venda de produtos químicos”, refere a empresa em comunicado, explicando que o bom resultado foi impulsionado pela “procura global de energia” e pelo “aumento da actividade económica em mercados-chave” associados à recuperação da situação pandémica.

Durante a pandemia, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) reduziu o nível de produção, mas, à medida que a actividade melhorou com a retirada das restrições sanitárias, a procura foi aumentando sem que a oferta fosse ajustada.

No relatório mensal mais recente sobre o mercado petrolífero, de Outubro, a OPEP estima que a procura será de 27,8 milhões de barris por dia em 2021 e de 28,8 milhões por dia no próximo ano, uma revisão em alta em 100 mil em relação às perspectivas dadas a conhecer em Setembro.

O presidente executivo da Aramco, Amin Nasser, afirma que ainda existem alguns “ventos adversos” na economia mundial, “em parte devido a estrangulamentos nas cadeias de fornecimento”, mas a empresa acredita que a procura de energia vai manter-se num nível “saudável”.

A Aramco distribuiu aos accionistas dividendos trimestrais de 18.800 milhões de dólares (16.300 milhões de euros). A Arábia Saudita detém 98% das acções do grupo.

Durante a pandemia, lembra o Financial Times, a Aramco pediu empréstimos avultados para poder manter a distribuição de dividendos que já estava programada, apesar da queda que então se verificou nos preços por causa da diminuição da procura. Agora, mesmo com a melhoria nos resultados, também manteve o montante já projectado (prevendo voltar a distribuir outros 18.800 milhões de dólares no quarto trimestre).

Nos primeiros dias de Outubro, já depois do terceiro trimestre a que estes resultados dizem respeito, a trajectória ascendente nas cotações do petróleo colocaram o preço num patamar acima dos 80 dólares por barril pela primeira vez desde 2018.

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