Na saúde e na educação, não houve “libertação” da pandemia

Ninguém questiona a ministra, a quem competia preparar o grande desafio do pós-pandemia? Ninguém contesta o ministro da Educação? Ninguém interpela o primeiro-ministro, que acha que a “libertação” era afinal uma festa nas ruas, e não um esforço sistemático de recuperação do tempo perdido?

1. A respeito do “fim” da pandemia, nos finais de Setembro, o Governo do PS festejou ou, pelo menos, quis festejar o dia da “libertação”. António Costa usou e abusou desse título pomposo e fez o anúncio – mas, como sempre, só o anúncio – na véspera das eleições autárquicas. Apesar de se manterem algumas restrições e de se recomendar prudência, a ideia que se quis e quer fazer passar é a ideia do regresso pleno à normalidade. Para quem valoriza a ideia de “libertação” e conhece a sua história, este não seria decerto o conceito adequado para retratar o retorno à normalidade pré-pandemia. A campanha da “libertação” não passou uma imitação caseira de mais uma hipérbole de Boris Johnson. Neste caso, todavia, as palavras não contam ou não contam muito. A questão substancial é a de saber se o Governo preparou ou não preparou o regresso à normalidade. Ou até, se aproveitando os enormes condicionamentos da pandemia, quis reformar os serviços, em termos de a “nova normalidade” ser ainda “melhor” para os cidadãos do que a “velha normalidade”.

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