Glória, a primeira série original portuguesa para a Netflix, estreia-se a 5 de Novembro

É a série com maior orçamento de sempre na história da produção nacional, diz o seu autor, Pedro Lopes.

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A Netflix anunciou esta manhã que Glória, a primeira série original portuguesa para a plataforma de streaming com mais assinantes do mundo, tem estreia marcada para 5 de Novembro. Realizada por Tiago Guedes e protagonizada por Miguel Nunes, o seu autor, Pedro Lopes, apresenta-a como a série com maior orçamento de sempre na história da produção nacional.

Glória é uma uma produção da SPi, o braço internacional da produtora portuguesa responsável por séries como Conta-me Como Foi, e conta também com a RTP como parceira de produção. Um mistério histórico, explora a realidade da espionagem nos anos 1960 numa aldeia, Glória do Ribatejo, e conta com um vasto elenco: Miguel Nunes, Victoria Guerra, Carolina Amaral, Afonso Pimentel, Adriano Luz, Joana Ribeiro, Albano Jerónimo, Marcelo Urgeghe, Sandra Faleiro, Carloto Cotta, Maria João Pinho, Inês Castel-Branco, Rafael Morais e Leonor Silveira, Matt Rippy, Stephanie Vogt, Jimmy Taenaka, Ana Neborac e Augusto Madeira. A série será também transmitida mais tarde pela RTP1, mas não é ainda conhecida data de estreia nem periodicidade da exibição dos episódios. A Netflix estreia as suas séries originais no modelo binge watch, disponibilizando todos os episódios de uma vez só.

É “um thriller histórico baseado em factos reais”, detalha o autor da série na nota de imprensa distribuída esta quarta-feira pela Netflix. “Em Portugal, a ditadura perpetuava-se graças ao medo e à repressão da polícia política e a uma guerra em três frentes nas colónias que deixaria marcada uma geração. Um facto desconhecido de muitos portugueses é que durante quase 50 anos existiu uma cidade americana, construída pela CIA, numa zona remota do país, e que tinha como objectivo transmitir, via onda curta, propaganda ocidental para os países do Bloco de Leste.”

Filmada entre o Ribatejo e Lisboa, e escrita e pesquisada durante a pandemia, é a primeira experiência de uma produção portuguesa nas criações originais para o streaming, a tecnologia de difusão e consumo audiovisual que está a mudar a indústria do entretenimento. As plataformas de streaming difundem séries e filmes para os seus assinantes em vários países, sendo a pioneira Netflix aquela que está presente em mais países e territórios (190) e com maior número de assinantes (209 milhões).

A Netflix criou já fenómenos de popularidade (que aliás impulsionaram o sector audiovisual nos respectivos países) em língua não-inglesa como a espanhola La Casa de Papel ou a mais recente Squid Game, da Coreia do Sul. Se a presença de actores não-ingleses ou não-americanos aumenta a divulgação e o potencial de visualizações de uma série ou filme nos territórios de origem, o que serve os propósitos das plataformas de streaming e dos algoritmos que lhes servem de base negocial, a produção local de conteúdos também lhes permite começar a cumprir obrigações de investimento determinadas pelos mercados em que se implantam

Em Portugal, esses operadores só passarão a ter de cumprir tais obrigações em 2022, sendo Glória ou outros projectos portugueses ou em co-produção com outros países como Operação Maré Negra (Amazon Prime Video) ou Auga Seca (HBO) prévios à transposição da directiva europeia para a lei portuguesa. Os produtores e programadores portugueses há muito clamam pela importância das co-produções para aumentar os valores de produção do audiovisual português mas também a circulação da produção nacional. As plataformas de streaming são os novos jogadores no mercado mundial e têm meios financeiros e canais de distribuição que estão entre os mais cobiçados do momento.

O comunicado enviado pela Netflix esta quarta-feira às redacções cita Pedro Lopes dizendo precisamente que "nenhuma outra série portuguesa teve tão grandes valores de produção”. 

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