O ocaso da era atlântica

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O Presidente dos EUA, Joe Biden, na cimeira da NATO de Junho KEVIN LAMARQUE/Reuters

1. É difícil termos uma percepção clara de todas as consequências provocadas por certos acontecimentos quando estamos a vivê-los. A dificuldade é acrescida quando há múltiplas pequenas transformações, as quais, isoladamente, não parecem ter grande importância ou um significado especial. Não é por acaso que a História, por vezes de uma maneira artificial, procura identificar certos acontecimentos como marcos para evidenciar uma ruptura entre duas épocas. Na maior parte dos casos, trata-se de construção de sentido histórico feita a posteriori. No mundo de hoje, confrontamo-nos com problemas similares, não sendo fácil ligar acontecimentos dispersos destrinçando o fundamental do acessório. Para o bem e para o mal, o mundo euro-atlântico tem sido o centro dos acontecimentos culturais, económicos e político-militares dos últimos séculos. Hoje é observável que é cada vez menos assim. Todavia, não houve uma ruptura provocada por um acontecimento único, onde tudo se eclipsou e surgiu outra era. Estamos perante um longo e complexo processo de transformação, que não é linear e pode ser marcado por descontinuidades ou até reversões, obscurecendo a transformação de fundo.

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