Défice com redução ligeira na primeira metade deste ano

Contas públicas confirmam tendência de menor desequilíbrio em 2021 face ao ano passado. Défice no primeiro semestre, contudo, continua acima da meta do Governo para a totalidade do ano.

Foto
Daniel Rocha

O défice público registado em Portugal voltou, no segundo trimestre do ano, a apresentar uma tendência de descida, confirmando que a retoma da economia e diminuição dos apoios concedidos pelo Estado podem conduzir, ao longo de 2021, a uma situação de maior equilíbrio nas contas públicas.

De acordo com os dados publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) esta quinta-feira, o saldo negativo nas contas das Administrações Públicas ascendeu, no segundo trimestre de 2021, a 5,3% do PIB. É um valor que corresponde a uma descida, não só em relação aos 10,6% do segundo trimestre do ano passado, como em relação aos 5,7% do primeiro trimestre deste ano. 

Na primeira metade do ano, o valor do défice público foi de 5,5% do PIB, o que significa também uma descida face aos 6,1% do período homólogo de 2020. É uma melhoria das contas públicas que acontece apesar de, nos primeiros meses de 2020, ainda não se registar o impacto negativo da pandemia e de se estar perto de um equilíbrio orçamental (no primeiro trimestre de 2021, o défice foi de apenas 1,1% do PIB).

Reforça-se assim a expectativa de que, depois do défice de 5,8% em 2020 (uma ligeira revisão em alta face à estimativa inicial de 5,7%), se possa assistir este ano a uma redução deste valor. Não só o resultado da primeira metade do ano já foi mais baixo, como se antecipa um efeito positivo nas contas públicas decorrente do aumento do ritmo da actividade económica e da diminuição do volume de apoios que o Estado irá ter de disponibilizar. 

Ainda assim, para já, o défice da primeira metade do ano continua a estar a um nível superior ao projectado pelo executivo para a totalidade de 2021. O Governo mantém, no relatório do défice e da dívida também publicado esta quinta-feira, a meta de défice público de 4,5% que tinha definido no Programa de Estabilidade entregue em Abril.

Sugerir correcção
Comentar