Primark traça metas para melhorar o seu impacto ambiental

Muitos activistas ambientais são cépticos quanto aos compromissos ecológicos das marcas, acreditando que estes são motivados pela necessidade de boas relações públicas.

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Reuters/Phil Noble

A Primark, uma das maiores cadeias de fast fashion da Europa, prometeu reduzir o seu impacto ambiental sem aumentar os preços, usando mais materiais recicláveis, tornando as roupas mais duradouras ​e melhorando os salários dos trabalhadores.
Com os activistas ambientais a criticar a indústria da moda devido ao uso intensivo da água e de produtos químicos, as principais marcas estão sob pressão para adaptar as suas cadeias de abastecimento e mudar uma cultura que gera milhões de peças cujo fim de vida é em aterros sanitários.

A Primark, que vende mais de mil milhões de peças por ano, incluindo blusões e calças de ganga a preços que rondam os dez euros, anunciou que sua tarefa é tornar a moda sustentável disponível para todos, não apenas para aqueles que a podem pagar. “Acreditamos que a sustentabilidade não deve ter um preço premium que apenas uma minoria pode pagar”, diz Paul Marchant, CEO da marca que rivaliza com a sueca H&M e a espanhola Zara, que também estabeleceram planos para melhorar o uso de matérias-primas sustentáveis.

Muitos activistas ambientais são cépticos quanto aos compromissos ecológicos das marcas, acreditando que estes são motivados pela necessidade de boas relações públicas. A Primark afirma que o facto de ser grande pode fazer a diferença.

Propriedade da Associated British Foods, a Primark começou na Irlanda em 1969 antes de conquistar a Grã-Bretanha com os preços ultrabaixos que levam multidões de consumidores a sair das suas lojas segurando enormes sacos cheios de roupas e acessórios. Actualmente, está em 14 mercados, incluindo os Estados Unidos.

Apesar de a empresa britânica já ter anunciado que se juntava aos esforços da indústria em relação à preservação do meio ambiente, a declaração desta quarta-feira marca a primeira vez que publica as suas próprias metas. De acordo com o plano, uma equipa de funcionários trabalhará com as fábricas — que não são da sua propriedade — para melhorar os níveis de eficiência energética e incentivar o uso de energia renovável. O objectivo é eliminar o plástico descartável e continuar a mudança para práticas agrícolas que usem menos água e menos produtos químicos.

A empresa planeia fortalecer a durabilidade das roupas até 2025, torná-las recicláveis até 2027 e fazer todas as suas roupas com materiais reciclados ou de fontes mais sustentáveis ​​até 2030.

Além dessas mudanças, também tenciona cooperar com fábricas e marcas rivais que usam os mesmos sites para melhorar os salários. Desde o colapso do prédio Rana Plaza, no Bangladesh em 2013, onde morreram mil trabalhadores, que as condições dos trabalhadores na indústria têxtil estão debaixo dos holofotes, com activistas questionando como é que marcas como a Primark podem produzir a preços tão baixos.

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