Lançado o primeiro programa europeu de formação médico-cientista

Inscrições para o “Programa Internacional de Doutoramento para Médicos” abriram esta segunda-feira e, em Portugal, o parceiro é o Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC). Num primeiro concurso, há 12 vagas.

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Novo programa tem 37 organizações parceiras em dez países europeus STEFAN WERMUTH/Reuters

O primeiro programa europeu de formação doutoral dirigido a médicos é lançado esta segunda-feira. Este programa reúne sete institutos de investigação biomédica e o Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), em Oeiras, é um deles. O grande objectivo é dar a médicos competências biomédicas de ponta e contribuir para preencher falhas entre a investigação científica e a prática clínica.

Chama-se “Programa Internacional de Doutoramento para Médicos” (Emerald) e pretende formar médicos-cientistas. Coordenado pelo Centro para a Regulação Genómica (CRG) em Barcelona, este programa junta sete institutos de investigação: além do IGC e do CRG, fazem parte dele o Instituto Curie em Paris; o Centro de Investigação e Inovação Biotecnológica na Universidade de Copenhaga; o Centro Max Delbrück para Medicina Molecular na Associação Helmholtz (na Alemanha); o Instituto Kanker nos Países Baixos; e o Instituto para a Biotecnologia de Flandres. Tem ainda 37 organizações parceiras em dez países europeus, incluindo universidades, hospitais, empresas farmacêuticas ou associações de doentes.

No total, este programa pretende formar 24 médicos-cientistas. O primeiro concurso abre agora com 12 vagas e o prazo inicial para as inscrições é até 14 de Novembro deste ano. No próximo ano, abrirá um concurso com as restantes 12 vagas. Este programa é financiado pelo Horizonte 2020 – um instrumento de apoio à investigação na União Europeia – e permitirá que médicos desenvolvam um projecto de investigação noutro país, participem em escolas de Verão personalizadas ou explorem novas colaborações.

“É um projecto que vem estimular o diálogo necessário entre investigação e clínica, e que vem contribuir para acelerar a identificação de soluções inovadoras quer no tratamento de doenças quer na promoção da saúde”, afirma Luís Moita, investigador e coordenador do programa no IGC, num comunicado sobre o Emerald.

Já Michela Bertero, coordenadora do Gabinete de Relações Internacionais e Científicas do CRG, que coordena o programa, considera: “Precisamos urgentemente de cientistas com formação médica que desempenhem um papel crucial na aplicação de avanços em áreas de ómica [como a proteómica ou a genómica], megadados, inteligência artificial ou microscopia de alta resolução para responder às necessidades dos doentes do século XXI”.

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