Cristina Clara, hoje com um terceiro single, amanhã com o primeiro álbum: Lua Adversa

Anunciado em Maio com uma primeira canção (Lua), o álbum de estreia da cantora Cristina Clara chega finalmente esta sexta-feira ao mercado digital, devendo o formato físico (CD) estar disponível nas lojas no final de Setembro. A antecipá-lo, e depois da publicação em Julho de um segundo single e videoclipe, Flor Amorosa (um choro antigo com música de Joaquim Callado e letra de Catulo da Paixão Cearense), estreia-se esta quinta-feira um terceiro single do álbum, também com videoclipe, Real e abstrato. É um tema da autoria, letra e música, da bailarina, performer e cantautora brasileira Tatiana Cobbett, nascida no Rio de Janeiro em 1960 e actualmente a residir em Portugal. “Eu já a conheci a cantar esse tema”, diz ao PÚBLICO Cristina Clara. “Ela tinha chegado há pouco tempo a Lisboa e compô-lo ao pé da Torre de Belém, inspirada um pouco por esta coisa dos Descobrimentos, tanto que o tema no início se chamava PAC, que significa Pedro Álvares Cabral. Ela brincava com essa ideia, que até é um bocado controversa para os brasileiros, e conseguiu, com um poema muito simples, falar do que é deixar marca e permitir ser marcado, mas sem sentimento negativo, sem mágoa, de uma forma leve. Aceitando as idiossincrasias da vida e seguindo viagem.” Começaram a cantá-lo juntas e acabou por ser Cristina Clara a gravá-lo.

Nascida no Minho, em Vila Nova de Famalicão, a 19 de Dezembro de 1983, Cristina Clara rumou a Lisboa depois de concluir o curso de Enfermagem no Porto, dividindo os seus dias entre a música e o trabalho de enfermeira no Hospital de Santa Maria. Até que quis dar mais tempo à música e, não deixando a área da saúde, trocou de funções e instalou-se no Porto. O seu primeiro álbum, Lua Adversa, foi buscar o título a um poema da brasileira Cecília Meireles (1901-1964), que chegou a ser musicado para o efeito pelo compositor brasileiro Pedro Loch, um dos músicos que participa no disco. Mas por não ter conseguido autorização da família, Cristina acabou por escrever uma canção nova, Lua, mantendo o título do poema, Lua Adversa, como título do disco, até porque a adversidade, neste caso, retratava bem o ponto a que se chegara. “Pensei que podia manter este diálogo, e a inspiração original, daí que o nome do disco tenha ficado Lua Adversa. Mas decidi fazer uma letra minha, própria, dialogando com o poema que nos inspirou.” Lua Adversa está a partir desta sexta-feira nas plataformas digitais.