Sete sindicatos avaliam greve conjunta contra despedimentos no BCP e Santander

SNQTB já convocou um dia de greve para as duas instituições que pretendem avançar para o despedimento colectivo de trabalhadores que não aceitaram proposta de saída.

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Paulo Marcos, presidente do SNQTB, promove reunião com outros sindicatos bancários Rui Gaudencio

Os sete sindicatos do sector bancário vão avaliar “a possibilidade de avançarem para greves conjuntas e outras acções de luta contra os despedimentos colectivos no Millennium BCP e no Banco Santander Totta”. A decisão será tomada esta terça-feira, em reunião que vai juntar SNQTB, MAIS Sindicato, SBN, SIB, SBC, STEC e SinTAF.

O anúncio do encontro foi feito esta segunda-feira, pelo Sindicato Nacional dos Quadros Técnicos Bancários (SNQTB).

Neste momento, o SNQTB já convocou um dia de greve para cada uma das instituições. No Banco Santander para o próximo dia 13, do corrente mês, e no BCP para o próximo dia 17.

Em comunicado, Paulo Gonçalves Marcos, presidente do SNQTB  explica que “perante a disponibilidade demonstrada pelos restantes sindicatos bancários para avaliar a possibilidade de greves conjuntas no Millennium BCP e no Santander Totta, convidámos os seus representantes para uma reunião na nossa sede, que terá lugar esta terça-feira, dia 7 de Setembro”.

A possibilidade de avançar para a greve também já foi admitida pelos três sindicatos bancários afectos à UGT. Trata-se do Mais Sindicato e dos sindicatos dos bancários do Centro e do Norte, que na passada sexta-feira se reuniram com o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, e com a ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, para lhes apresentarem “o drama vivido no sector no último ano”, com as saídas em curso de milhares de trabalhadores.

Naquele encontro, “o ministro da Economia comprometeu-se a falar com os presidentes dos dois bancos, de forma a travar o recurso a despedimentos colectivos”, adiantou ao PÚBLICO a directora do Mais Sindicato, Cristina Damião.

Refira-se que o Banco Santander anunciou recentemente ter desencadeado o processo para o despedimento colectivo de 350 trabalhadores que não aceitaram, de um universo de 685, as propostas de saída. A redução de trabalhadores neste banco, ao longo de 2021, deverá superar os mil, como admitiu o seu presidente, no Parlamento.

No caso do BCP, que tal como no Banco Santander, teve sempre em cima da mesa a possibilidade de despedimento colectivo, e de acordo com informação recente da instituição, a medida pode abranger cerca de 100 trabalhadores que não aceitaram a rescisão voluntária. O processo em curso pretende reduzir entre 800 e mil postos de trabalho.

Já depois do prazo fixado para a aceitação das propostas de saída, muitos trabalhadores terão acabado por ceder, pelo que, neste momento, não se conhece o número de trabalhadores a incluir nos despedimentos colectivos, ou mesmo, se ainda se justificam.

Para além do número de postos de trabalho a suprimir nas duas instituições financeiras, que dão lucro, os sindicatos têm denunciado a pressão exercida sobre os trabalhadores para que aceitem as propostas de rescisão por mútuo acordo, ou a passagem à reforma (esta última em menor número, pelos encargos futuros que representam para as instituições).

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