Pessoa, Salazar e a guerra em África

O que o poeta pensou, disse e escreveu sobre o “tiraninho” está em Que Salazar Era o Salazar de Fernando Pessoa?, que esta segunda-feira chega às livrarias. E um dos capítulos mais negros da obra do ditador português é por sua vez passado a pente fino em Os Números da Guerra de África, de Pedro Marquês de Sousa.

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ADRIANO MIRANDA

Se bem se lembram, Fernando Pessoa chegou a ser suspeito de condescendência, se não mesmo de simpatia, para com o autoritarismo salazarista. Como em tantos outros casos, tais suspeitas testemunhavam apenas a ignorância de quem as patrocinava. Se é verdade que a maioria dos textos pessoanos (nomeadamente aqueles referentes a esta matéria) estava submersa e assim continuaria durante muitos anos, logo em 1974, e menos de dois meses após o 25 de Abril, o Diário Popular publicava um inédito de Pessoa sobre o “tiraninho”, que não deixava dúvidas sobre as simpatias do poeta (que certamente não terá nascido anti-salazarista e antifascista): “António de Oliveira Salazar./ Três nomes em sequência regular.../ António é António./ Oliveira é uma árvore./ Salazar é só apelido./ Até aí está bem./ O que não faz sentido/ É o sentido que tudo isto tem.”

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