Prejuízos do Metro de Lisboa triplicaram em 2020

Medidas restritivas de circulação e confinamentos por causa da pandemia retiraram 93,2 milhões de passageiros das carruagens do sistema metropolitano da cidade no ano passado

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Miguel Manso

O Metropolitano de Lisboa registou 57,1 milhões de euros de prejuízos consolidados em 2020, valor que comprara com um resultado líquido negativo de cerca de 16,9 milhões de euros em 2019, anunciou esta segunda-feira a companhia em comunicado ao mercado. É uma variação superior a três vezes mais num só ano, em que a pandemia só foi oficialmente decretada em Março.

De acordo com a informação remetida à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o volume de negócios fixou-se em 67,5 milhões de euros, abaixo dos 120 milhões de euros verificados no ano anterior.

Por sua vez, os rendimentos operacionais caíram para 114 milhões de euros, quando, em 2019, tinham sido de 159,2 milhões de euros. Já os gastos operacionais passaram de cerca de 149 milhões de euros em 2019 para 147 milhões de euros no ano seguinte.

Neste período, o resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) foi negativo em 6,6 milhões de euros. Em 2019, tinha sido positivo em 38 milhões de euros. O resultado operacional do Metro caiu para 32,7 milhões de euros negativos, contra 10,2 milhões de euros de 2020.

Citado no documento, o presidente do Metropolitano de Lisboa, Vítor Manuel Domingues dos Santos, indicou que, neste período, marcado pela pandemia de covid-19, foram transportados 90,6 milhões de passageiros, menos 93,2 milhões de passageiros face a 2019.

“Respondendo às necessidades de reforço do efectivo verificadas em 2020, o Metropolitano de Lisboa reforçou o quadro de pessoal com 27 profissionais, através da admissão de nove agentes de tráfego, três oficiais electromecânicos, dois técnicos de electrónica, seis oficiais de via, dois oficiais electricistas e cinco técnicos superiores”, apontou Domingues dos Santos.

No que se refere às perspectivas, o grupo Metro referiu que o projecto “mais relevante” para os próximos anos é o prolongamento da rede, desde a estação do Rato à do Cais do Sodré, bem como a construção de dois viadutos no Campo Grande, assegurando as ligações das linhas amarela e verde. Vão também ser construídas as estações de Estrela e Santos e remodelada a do Cais do Sodré.

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