Incêndio em Monchique com “duas frentes activas” obriga a deslocar 30 pessoas

A intensidade de vento que se faz sentir no local é um dos maiores constrangimentos ao trabalho dos operacionais no terreno.

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Às 19h45 havia no terreno 317 operacionais, apoiados por 97 veículos, sete meios aéreos e máquinas de rasto Rui Gaudencio/ Arquivo

Mais de 300 bombeiros combatem um incêndio em Monchique que lavra desde as 13h30 numa zona de mato no lugar de Tojeiro, freguesia de Marmelete, informou a Protecção Civil. Ao final da tarde, o incêndio já tinha passado para o concelho de Portimão onde motivou a evacuação de duas casas e de um lar de idosos.

Às 19h45, havia duas frentes activas: uma frente mais direccionada para a Serra de Monchique, que não coloca em risco habitações, e outra frente, a Sul-Este, que se desenvolve para áreas mais populadas e pode levar a operações de evacuação como medida preventiva. 

As autoridades querem aproveitar a madrugada como janela de oportunidade para dominar as chamas, afirmou Richard Marques, comandante operacional municipal do Município de Portimão, numa conferência de imprensa ao final da tarde. Na altura, havia cinco grupos de reforço dos distritos de “Lisboa, Setúbal, Beja, Évora e Santarém” em trânsito num total de “150 operacionais”.

O comande sublinhou que serão tomadas todas as “medidas necessárias para proteger a população”, particularmente em Arão, Alcalar e Vidigal Velho que são descritas como “áreas de maior preocupação.”

“Essa é a nossa prioridade”, disse Richard Marques, notando que as operações estão a ser coordenadas com a GNR que “tem estado nas localizações a proteger as populações.”

Segundo o comandante, 30 pessoas já foram deslocadas, por precaução, para o Portimão Arena que se transformou numa zona de apoio às pessoas que tiveram de ser retiradas das suas habitações devido às chamas. Há 12 idosos de um lar não licenciado na localidade de Pereira, Mexilhoeira Grande, entre as pessoas evacuadas.

O comandante acrescenta que o incêndio está a evoluir a média intensidade e que o “maior desafio tem sido o vento” que tem obrigado a vários ajustes na estratégia de combate às chamadas devido às oscilações de intensidade.

Segundo o Centro de Comando de Operações de Socorro (CDOS) Distrital de Faro a “intensidade de vento” que se faz sentir no local e a “grande dimensão” que o incêndio tomou “muito rapidamente” são os maiores constrangimentos ao trabalho dos operacionais no terreno. A frente de fogo apresenta “uma área significativa” e o vento “inconstante e forte” somado ao “combustível seco” no terreno está a trabalho dos operacionais obrigando a “um reforço de meios” e à instalação do posto de comando no local.

De acordo com a mesma fonte, o incêndio obrigou ao corte da estrada de acesso ao Autódromo do Algarve a partir da A22.

Às 19h45 havia no terreno 317 operacionais, apoiados por 97 veículos, meios aéreos e máquinas de rasto. O incêndio teve início na zona do Tojeiro, freguesia de Marmelete, concelho de Monchique, e tem lavrado com intensidade para sul.

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