Ex-ministro do Meio Ambiente brasileiro obrigado a entregar o passaporte

Ricardo Salles está ser investigado por tentar interferir numa operação policial de apreensão de madeira e por suspeita de envolvimento num esquema de exportação de madeira ilegal.

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UESLEI MARCELINO/Reuters

O ex-ministro do Meio Ambiente do Brasil, Ricardo Salles, entregou na sexta-feira o seu passaporte à Polícia Federal a pedido do Supremo Tribunal, já que foi proibido de sair do país por estar a ser investigado por tentar interferir numa operação policial de apreensão de madeira ilegal, razão pela qual apresentou a sua demissão do cargo na quarta-feira.

Os advogados de Salles deram entrada do documento na polícia de São Paulo, cumprindo assim com a solicitação da Procuradoria-Geral da República assinada pelo procurador-geral adjunto, Humberto Jaques de Medeiros, informou o Globo.

O ex-ministro está a ser investigado por ter tentado interferir na operação Androanthus, sobre a maior apreensão de madeira da história do país.

A juíza do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia Antunes, argumentou que esta medida cautelar é necessária para evitar uma medida mais grave, como seria a prisão do ex-ministro.

“Para se evitar a medida mais gravosa, ou seja, prisão processual (preventiva ou temporária), parece razoável decretar-se medida cautelar mais branda, consistente na proibição do investigado Ricardo de Aquino Salles de deixar o País, a fim de atingir a finalidade pretendida de apuração dos factos em benefício da segurança pública e da defesa da sociedade”, escreveu a juíza.

Salles está também a ser investigado na operação Akuanduba, que investiga um alegado esquema para facilitar o contrabando ilegal de madeira.

O advogado de defesa do ex-ministro, Roberto Podval, considera, por seu lado, citado pelo G1, que “a determinação de entregar o passaporte foi de uma brutalidade sem tamanho, a medida é completamente desnecessária. A impressão que fica é que estão retalhando Ricardo Salles. Pode-se discordar da política ambiental adoptada pelo Governo, mas cabe ao STF tranquilidade para separar as questões políticas das jurídicas.”

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