Novo Museu da Moda e do Têxtil em Portugal custou dez milhões e foi construído em plena pandemia

Indústria têxtil, moda de autor e muitas curiosidades sobre o sector. O Museu da Moda e do Têxtil, um “trabalho hercúleo”, abre a 20 de Maio.

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O Museu da Moda e do Têxtil vai apresentar a Fashion & Design LUSA/JOSÉ COELHO
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O novo Museu da Moda e do Têxtil em Portugal, que é inaugurado no próximo dia 20, em Vila Nova de Gaia, custou dez milhões de euros e foi executado em plena pandemia de covid-19.

Foi um “trabalho hercúleo”, num ano de pandemia, executar a “construção, arquitectura de interiores, conteúdos e espólio” para o Museu da Moda e do Têxtil, que casa indústria têxtil e moda de autor, avançou a coordenadora do projecto do novo museu, Catarina Jorge, sobre a instituição que vai abrir ao público no próximo dia 20 de Maio, pelas 12h.

O Museu da Moda e do Têxtil vai apresentar a Fashion & Design, uma colecção que vai “coser” uma área de cerca de dois mil metros quadrados, organizada em dois pisos, e que nasceu no novo quarteirão WOW, em pleno centro histórico de Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto, junto às caves de Vinho do Porto.

O primeiro piso versa sobre a indústria têxtil em Portugal, onde os visitantes podem conhecer a importância daquele sector no desenvolvimento da região Norte do país, bem como na economia nacional.

Quem chegar ao primeiro piso depara-se com uma cronologia, com os momentos mais relevantes da história da indústria têxtil portuguesa, desde o século XVI até à actualidade.

O visitante descobre também um tear de lançadeira dos anos de 1910, anúncios luminosos alusivos a fábricas têxteis antigas, sementes de linho e espólios das antigas fábricas Têxtil Riopele e da Têxtil Manuel Gonçalves, nos quais se pode observar canelas de fio, medidores de tensão de fios, máquinas de debuxo, amostras de tecido e um livro de tendências.

Ainda no primeiro piso do Museu da Moda há várias oficinas e uma montra, revelando os processos produtivos desde a fiação, debuxo, tecelagem, tinturaria, até à confecção e montra.

Naquela secção, são exibidas duas curtas-metragens, realizadas por alunos de Artes da Universidade da Beira Interior, relacionadas com a indústria têxtil.

Designers, dos pioneiros aos emergentes

O segundo piso é dedicado à moda de autor, portuguesa, claro, ao calçado nacional e à arte da filigrana. Ali, o visitante vai poder apreciar peças icónicas de designers portugueses, dos anos 80 do século passado aos dias de hoje.

Há um espaço dedicado aos designers portugueses pioneiros na moda actual, em que se destacam trabalhos de Eduarda Abbondanza e Mário Matos Ribeiro, Ana Salazar, José António Tenente, João Tomé e Francisco Pontes ou Manuela Gonçalves. Depois, descobre-se uma sala dedicada aos criadores de moda, consagrados nacional e internacionalmente, onde se podem apreciar trabalhos de nomes como Miguel Vieira, Luís Buchinho, Nuno Baltazar, Fátima Lopes, Maria Gambina, Filipe Faísca, Luís Carvalho, Anabela Baldaque, Diogo Miranda, Hugo Costa, Alexandra Moura, Ricardo Preto e Carlos Gil.

No mesmo piso, há ainda um espaço dedicado aos criadores emergentes, descobertos através das plataformas Bloom e Sangue Novo, dos eventos de moda Portugal Fashion e ModaLisboa, respectivamente, como, por exemplo, Estelita Mendonça e Gonçalo Peixoto.

O sector do calçado não foi esquecido e existe também um espaço onde se exibe uma linha de montagem de calçado feminino e masculino, desde o esboço, com vários desenhos em papel, até à materialização, e cujo material foi cedido pelos designers Luís Onofre e Carlos Santos e pelo Centro Tecnológico do Calçado em Portugal.

Um dos destaques da coordenadora do projecto do Museu da Moda recaiu numa sala de “curiosidades de moda portuguesa”, onde pode ser descoberto, por exemplo, um par de “chinelos peixe”, em borracha, de Lidija Kolovrat, um medidor de bainhas vintage, peças para abrir costuras, uma peruca de porcelana de Nuno Gama, um colar de concha e osso, com aplicação de cristais de Ricardo Preto, uma mochila em malha, de Susana Bettencourt, e sapatilhas produzidas com cabelo natural e artificial, de Olga Noronha, entre outras “curiosidades”.

Catarina Jorge sublinhou que a sustentabilidade e a reciclagem no mundo da moda e do têxtil são também objecto de reflexão neste novo museu, porque, defende, há que “formar as novas gerações para terem o cuidado na compra dos artigos”, acautelando a forma como “consomem moda”.

Gaia ganha um quarteirão WOW

O Museu da Moda e do Têxtil, desenhado pele arquitecto Victor Miranda com o Studio Astolfi, está incluído num projecto maior, composto por mais cinco museus (Museu do Vinho, Museu sobre a Região do Porto, Museu da Cortiça, Museu do Chocolate e o Museu sobre o ritual da bebida). Todos os seis museus são banhados pelo rio Douro e estão edificados no novo quarteirão de Gaia designado por WOW (World Of Wine, ou Mundo do Vinho), em plena zona histórica da cidade de Vila Nova de Gaia, cujo valor do investimento total ronda os “106 milhões de euros”, disse à Lusa a responsável pelas relações públicas do projecto.

O Museu da Moda e do Têxtil, tal como os restantes museus do WOW, estão a realizar protocolos com escolas da região com o objectivo de “promover o conhecimento” e “trazer visitantes aos museus”, conta Catarina Jorge, referindo que ainda este ano lectivo será possível mobilizar estudantes das escolas para virem visitar o novo equipamento.

“O ideal é virem visitar para perceber toda a complexidade e toda a densidade de conhecimento que temos no museu”, diz orgulhosa por, durante o ano da pandemia, ter sido possível erguer o novo Museu da Moda e do Têxtil.

A abertura do Museu da Moda e do Têxtil esteve prevista para 28 de Novembro de 2020, mas, devido às medidas de restrição de mobilidade, a inauguração foi adiada para dia 12 de Dezembro e voltou a ser adiada para 2021, sempre por causa da pandemia da covid-19.

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