Ligações fluviais entre margem sul e Lisboa interrompidas quarta-feira de manhã e à tarde

Paralisação do serviço regular acontece devido a plenários dos trabalhadores da Transtejo/Soflusa, descontentes com a postura da empresa. Não há transporte alternativo assegurado para os passageiros.

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Miguel Manso

As ligações fluviais da Transtejo/Soflusa entre a margem sul e Lisboa vão estar interrompidas ao início da manhã e no final do dia de quarta-feira devido a plenários de trabalhadores, não sendo assegurado transporte alternativo pela empresa.

Na sua página da Internet, a Transtejo/Soflusa alerta para a realização de plenários de trabalhadores convocado por organizações sindicais, prevendo a interrupção do serviço regular no período da manhã e ao final do dia.

Contactada pela Lusa, a Transtejo/Soflusa disse “não estar em condições para assegurar transporte alternativo” aos passageiros do transporte fluvial.

Desta forma, a ligação fluvial do Barreiro, assegurada pela Soflusa, vai estar interrompida entre Barreiro - Terreiro do Paço das 7h às 10h25 e das 16h e às 19h15. No sentido Terreiro do Paço - Barreiro estará interrompido o serviço entre as 7h35 e as 10h55 e das 16h25 às 19h40.

Já as ligações fluviais asseguradas pela Transtejo, desde Cacilhas, Montijo, Seixal e Trafaria, vão estar interrompidas entre as 15h30 e as 21h.

O serviço regular entre Cacilhas - Cais do Sodré estará interrompido das 16h às 19h45, Cais do Sodré - Cacilhas das 16h30 às 20h, entre Montijo - Cais do Sodré das 16h30 às 20h30 e entre Cais do Sodré - Montijo das 15h30 às 20h.

Também as ligações entre o Seixal e o Cais do Sodré vão sofrer cortes das 16h20 às 20h30 e do Cais do Sodré - Seixal das 15h55 às 20h15. Trafaria - Porto Brandão - Belém estará interrompida das 16h00 às 20h30, Porto Brandão - Belém das 16h10 às 20h40 e Belém - Porto Brandão - Trafaria das 15h30 às 21h.

De acordo com a nota, em caso de paralisação do serviço regular, os terminais e estações são encerrados, nos períodos indicados, por questões de segurança.

Segundo disse à Lusa Paulo Lopes, sindicalista da FECTRANS - Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações, os plenários agendados para quarta-feira acontecem devido ao “descontentamento dos trabalhadores e à postura da empresa”.

“Desde o início que a empresa tem a mesma postura negocial, ou seja, zero, continua a afirmar que não tem autorização do Governo para negociar. Desde a primeira reunião que não há avanços”, explicou.

De acordo com o sindicalista, os aumentos ocorridos no ano passado foram “baixíssimos, cerca de 0,3%, o que valeu um euro em muitos casos”, lembrando que os trabalhadores “tiveram de aguentar”.

“Este ano já não estão disponíveis para manter a mesma situação”, acrescentou, considerando que a empresa teve uma “postura errada” e que “caiu mal aos trabalhadores”, pois durante a pandemia de covid-19 o que deu como reconhecimento do trabalho foi “um dia de férias”, enquanto em outros sítios houve compensações monetárias.

“Em algumas carreiras há aproximação ao salário mínimo nacional”, denunciou.

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