Barco com mais de cem pessoas naufraga ao largo da Líbia

Desde o início do ano já morreram mais de 350 migrantes no Mediterrâneo quando tentavam chegar à Europa.

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Barco de borracha naufragado encontrado pela ONG SOS Méditerranée FLAVIO GASPERINI/SOS MEDITERRANE/Reuters

Mais de cem pessoas podem ter morrido após o naufrágio de uma embarcação ao largo da costa líbia, de acordo com os relatos de organizações humanitárias e da agência para as migrações da ONU.

Na quinta-feira foram encontrados dezenas de corpos perto de um pequeno barco de borracha que levava a bordo 130 pessoas que procuravam chegar à Europa e que naufragou, segundo o grupo SOS Méditerranée. Dias antes, a organização tinha sido alertada para a existência de três embarcações em dificuldades ao largo da Líbia.

Quando chegaram ao local, os membros da SOS Méditerranée não encontraram sobreviventes, apenas corpos, diz o Guardian. “Após horas de buscas, os nossos piores medos tornaram-se realidade”, disse a coordenadora de buscas e salvamento do barco Ocean Viking, operado pela SOS Méditerranée, Luisa Albera. “A tripulação do Ocean Viking foi testemunha do resultado devastador do naufrágio de um barco de borracha a Nordeste de Tripoli”, acrescentou.

O serviço de alerta Alarm Phone diz ter entrado em contacto com o barco e que enviou as coordenadas GPS às autoridades líbias e europeias para que lhes fosse dada ajuda. Porém, as guardas costeiras europeias disseram não ter responsabilidade pelo salvamento, indicando ser uma competência das autoridades líbias, que nada fizeram.

“As pessoas podiam ter sido resgatadas, mas todas as autoridades deixaram-nas deliberadamente morrer no mar”, afirmou a Alarm Phone.

O porta-voz da Organização Internacional para as Migrações, Flavio Di Giacomo, lamentou o episódio e pediu mudanças. “A ausência de um sistema de patrulha eficiente é inegável e inaceitável”, afirmou.

Desde o início do ano já morreram 350 pessoas nesta faixa do mar Mediterrâneo que tentavam chegar à Europa fugindo à pobreza, repressão, perseguição e conflitos em vários países de África e do Médio Oriente.

O trabalho de várias organizações que tentam resgatar os migrantes após os naufrágios tem sido travado pelas autoridades italianas.

Esta semana, uma investigação do Guardian mostrou que a guarda costeira líbia – encarregada pela União Europeia de interceptar os barcos com migrantes – falha frequentemente na assistência a naufrágios.

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