Yellen e Powell afastam ameaça de forte subida de impostos e inflação

Secretária de Estado do Tesouro e presidente da Fed mostram confiança em retoma rápida nos EUA, mas sem alterações bruscas de políticas expansionistas no futuro próximo

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Reuters/KEVIN LAMARQUE

Os dois principais responsáveis pela condução da política económica nos Estados Unidos tentaram, esta terça-feira, responder aos receios crescentes de que se venha a assistir, no cenário pós-crise, a uma escalada acelerada da taxa da inflação e a um aumento generalizado dos impostos no país.

A participarem em conjunto numa audiência na Câmara dos Representantes, Jerome Powell, presidente da Reserva Federal (Fed), e Janet Yellen, secretária do Tesouro da Administração Biden, mostraram optimismo em relação à capacidade de a economia norte-americana assegurar uma retoma relativamente rápida, mas garantiram, do lado da autoritária monetária, que não será preciso fazer subir taxas de juro no curto prazo para combater um ressurgimento da inflação e, do lado do Tesouro, que não se irá avançar para um aumento generalizado de impostos para financiar os pacotes de estímulo lançados e por lançar.

O presidente da Fed, em resposta aos receios de aumento rápido da inflação a que se tem assistido recentemente nos mercados, disse esperar que “a inflação suba no decorrer do ano”, mas antecipou que essa subida “não será, nem particularmente grande, nem persistente”. Powell garantiu ainda aos mercados que a previsível retirada das políticas expansionistas será sempre feita de forma progressiva e com um pré-aviso bastante alargado.

A secretária do Tesouro, por sua vez, em resposta aos receios dos membros da Câmara dos Representantes do Partido Republicano relativamente a uma futura subida dos impostos, assumiu que o plano de investimento em infra-estruturas que a Administração Biden pretende lançar vai exigir “alguns aumentos de receitas”, com uma das possibilidades a passar pelo regresso da taxa sobre o lucro das empresas para os 28%, mas garantiu que “não serão propostas políticas [fiscais] que prejudiquem os pequenos negócios ou os americanos”.

Tanto Powell como Yellen coincidiram na avaliação da resposta da economia norte-americana à crise. O presidente da Fed disse que “a recuperação progrediu de forma mais rápida do que era geralmente esperado e parece estar ainda a fortalecer-se” e a secretária do Tesouro mostrou confiança de que “será possível voltar-se a uma situação de pleno emprego no próximo ano”.

Neste momento, a taxa de desemprego nos EUA está em 6,2%, um valor que é substancialmente mais elevado do que os mínimos históricos, em volta de 3,5%, que se registavam antes da crise.

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