Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada escrevem livro sobre igualdade de género

As duas autoras aceitaram o desafio da Imprensa Nacional — em parceria com o iGen-Fórum de Organizações para a Igualdade, que agrega 69 organizações — para escreverem um livro sobre o tema.

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Miguel Manso

As escritoras e autoras da colecção Uma Aventura, Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada, escolheram uma rapariga que decide entrar para a Força Aérea para protagonista de um livro sobre “a igualdade de direitos e oportunidades” entre mulheres e homens. Chama-se O longo caminho para a igualdade-mulheres e homens no século XXI.

“A melhor forma de as pessoas pensarem sobre os assuntos é colocarem-se na pele de personagens, sobretudo os jovens, e equacionarem o problema, não de uma forma abstracta, mas numa situação concreta”, considera Isabel Alçada. “Somos diferentes, homens e mulheres, e vamos continuar a ser”, constata Ana Maria Magalhães, assumindo-se grata às sufragistas e às feministas. “Falta o mais difícil: o preconceito que existe dentro de nós (...). São séculos de história e isso não se apaga por decreto”, vinca.

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As duas autoras aceitaram o desafio da Imprensa Nacional — em parceria com o iGen-Fórum de Organizações para a Igualdade, que agrega 69 organizações — para escreverem um livro sobre o tema e escolheram como protagonista uma rapariga que quer ir para a Força Aérea. “Hoje é permitido e pode fazê-lo, mas como vão as pessoas reagir?” Foi desta pergunta que partiram para acompanhar a reacção dos amigos e suas famílias. “Mesmo as pessoas mais evoluídas” têm “preconceitos que nem sabem que têm”, nota Ana Maria Magalhães.

Ora, o “esquema de valores, princípios e costumes” vigente naturaliza a desigualdade. Veja-se o caso da Força Aérea, onde as mulheres só podem entrar desde 1990: as mulheres têm o direito de lá estar, “mas não é costume” fazerem essa opção. “Estamos muito melhor, mas a igualdade não existe ainda. E a primeira coisa para conseguir melhorar a situação da mulher é ter consciência de que ela não existe”, frisa a ex-ministra da Educação, constatando: “Houve uma mudança abissal.”

À igualdade não se chegará “de um dia para o outro”, mas “a pouco e pouco”, confia Ana Maria Magalhães, acreditando que levará “mais uma geração ou duas”.

As duas autoras, professoras de Português que já publicaram juntas mais de uma centena de livros, assinalam que sempre incluíram protagonistas femininas capazes e determinadas nas suas histórias para crianças e jovens. Por exemplo, a série Uma Aventura conta com duas meninas “aventureiras e despachadas”, inspiradas em duas alunas “reais”, que “eram do século XX, mas já estavam no século XXI”.

Dirigido a adolescentes, rapazes e raparigas, o livro O longo caminho para a igualdade-mulheres e homens no século XXI tem duas partes: uma história de ficção e um conjunto de dados e informações reais. O livro será lançado na próxima segunda-feira, 8 de março, Dia Internacional da Mulher, num evento de acesso livre, às 16h30, transmitindo em live streaming.

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