Será que conhecíamos Dorian Gray?

O romance de culto de Oscar Wilde acaba de ganhar uma nova versão em português. Liberta da censura do seu primeiro editor. Será que conhecíamos Dorian Gray?

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Napoleon Sarony/Universal History Archive/Getty Images

Quando O Retrato de Dorian Gray — o único romance de Oscar Wilde (Dublin, 1854-Paris, 1900) — foi publicado na revista Lippincott’s Monthly Magazine, de Filadélfia, em Julho de 1890, o seu autor era há muito uma celebridade nos Estados Unidos da América. Menos por razões literárias do que por efeito da sensacional digressão que realizara oito anos antes e no decurso da qual proferiu centena e meia de palestras em mais de cem cidades norte-americanas (Canadá incluído). Plateias repletas pagaram bilhete para ouvir o “jovem esteta” (formado em Oxford sob o magistério estético de John Ruskin e Walter Pater, e que até então só tinha publicado em Londres um livro de poemas e uma peça de teatro) falar da “English Renaissance”, de decoração de interiores e de artes aplicadas, e de moda e poesia. A propósito desta, dirá, na conferência inaugural em Nova Iorque, no dia 9 de Janeiro de 1882, que não há poemas morais ou imorais: “Os poemas ou são bem escritos ou são mal escritos; é tudo.” A ideia será retomada nos aforismos que hão-de prefaciar, em 1891, a primeira edição em livro de O Retrato de Dorian Gray. No dia seguinte, lia-se no The New York Times que “no final da palestra o poeta foi vigorosamente aplaudido e ao retirar-se do palco corou como uma [itálico nosso] estudante”.

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