O “xamã do QAnon” da invasão do Capitólio já come orgânicos

Jacob Chansley foi um dos personagens que mais se destacou, no dia 6 de Janeiro, durante o assalto à instituição norte-americana.

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Chansley perdeu quase dez quilos desde que foi detido EPA/JIM LO SCALZO

Depois de um tribunal ter deliberado o seu direito a uma alimentação à base de produtos orgânicos, o “xamã do QAnon” foi transferido para o Centro de Detenção de Alexandria, para que lhe possam ser servidas as refeições exigidas.

De tronco nu, a relevar um corpo tatuado, com um chapéu de pêlo e longos chifres. Foi este o visual que angariou a Jacob Chansley, também conhecido por Jake Angeli, as primeiras páginas de muitos jornais internacionais. E a figura não deixou de ser notícia após a sua detenção: entrou numa espécie de greve de fome, reclamando acesso a alimentos orgânicos. É que, explicou a mãe de Jacob, o homem, de 33 anos, “fica muito doente se não comer comida orgânica”.

Segundo noticiou a AP, citada pela NBC News, Chansley perdeu quase dez quilos entre o momento em que foi detido e a sua transferência para a prisão no estado da Virgínia, na semana passada –​ informação que o seu advogado, Albert Watkins, deu conta ao juiz de instrução, acrescentando que o arguido considera que comer alimentos orgânicos faz parte do seu “sistema de crenças e modo de vida xamânicos”.

O “xamã do QAnon” é uma espécie de figura espiritual associada ao movimento de extrema-direita que defende que o ex-Presidente Donald Trump lidera uma guerra secreta contra a devassidão nas altas esferas do governo e do mundo empresarial, nomeadamente da imprensa.

Natural de Phoenix, Arizona, o homem é acusado de entrar e permanecer conscientemente num edifício ou terreno de forma ilegal e por entrada violenta e conduta desordeira no Capitólio. Ambas as acusações são contra-ordenações federais. No entanto, aquando a sua detenção Jacob Chansley não se mostrou receoso sobre o seu futuro: “Não estou muito preocupado com isso porque, com toda a honestidade... não infringi nenhuma lei. Entrei de portas abertas”, disse ao Newsy.

Uma multidão de apoiantes de Donald Trump invadiu o Capitólio, a 6 de Janeiro, levando à interrupção de certificação dos resultados das eleições presidenciais que decorria no Congresso. O incidente aconteceu depois de o Presidente cessante ter marcado presença numa marcha intitulada “Salvar a América”, na qual voltou a insistir nas teses de fraude eleitoral, garantindo “nunca [vai] desistir ou reconhecer” a derrota, incentivando os seus apoiantes a contestar o resultado eleitoral. “Não se cede quando há roubo envolvido”, disse Trump a uma multidão de apoiantes.

A invasão do Capitólio resultou na morte de cinco pessoas, entre as quais um agente da segurança do edifício.

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