Agência Europeia do Medicamento recomenda 21 dias entre doses de vacina contra a covid-19

Revelação foi feita pela ministra da Saúde num entrevista. Portugal tinha questionado organismo internacional sobre se era possível alargar prazo entre tomas.

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Daniel Rocha

Esta era uma proposta da Comissão Técnica da Vacinação Contra a Covid-19, aumentar o intervalo entre as duas tomas da vacina contra a covid fornecida pela Pfizer de 21 para 42 dias, como forma de aumentar o número de pessoas imunizadas. Mas não colheu a aceitação da task force, que esperava o resultado de uma avaliação da Agência Europeia do Medicamento depois de Portugal e outros países a terem questionado sobre esta possibilidade.

“Já recebemos resposta e não é possível. Aconselham os 21 dias”, revelou a ministra da Saúde em entrevista à revista Visão. Mesmo sem esta possibilidade, que permitiria usar no imediato as doses disponíveis para segundas tomas na vacinação de outras pessoas - como o PÚBLICO noticiou -, e apesar da dependência do calendário de entregas das companhias farmacêuticas, Marta Temido reafirma que o Governo mantém “o objectivo de vacinar 80% dos profissionais de saúde e de acção social e 80% das pessoas com mais de 80 anos até ao final de Março”.

“Isso é o objectivo número um. E gostaríamos de garantir adicionalmente o maior número de vacinações de pessoas com mais de 50 anos e com comorbilidades, também até ao final de Março”, assumiu a ministra na mesma entrevista.

De acordo com os últimos dados do Governo disponíveis, referentes até à meia-noite de dia 3, existem já 350.945 pessoas vacinadas contra a covid. Destas, 275.093 com a primeira dose e 75.852 com duas tomas.

A segunda fase do calendário de vacinação contra a covid-19 arrancou esta semana, com o alargamento da imunização a pessoas com mais de 80 anos, independentemente de terem ou não doenças, e do grupo entre os 50 e os 79 anos com uma ou mais das quatro patologias consideradas de risco para um aumento de internamentos e mortalidade quando associadas à infecção por SARS-CoV-2 (doença coronária, insuficiência cardíaca, insuficiência renal e doença pulmonar obstrutiva crónica). No caso dos doentes em hemodiálise, este processo de imunização já tinha começado.

O processo de vacinação tem estado envolto em alguma polémica devido a situações de alegadas vacinações indevidas - pessoas que não fazem parte dos grupos prioritários - e que levou a que Francisco Ramos a pedir a demissão do lugar de coordenador da task force depois de o mesmo ter identificado irregularidades na vacinação dos profissionais do Hospital da Cruz Vermelha, onde desempenha a função de presidente da comissão executiva. O vice-almirante Gouveia e Melo, número dois da task force foi nomeado coordenador desta estrutura.

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