Pessoas com mais de 50 anos e com doenças associadas começam a ser vacinadas na próxima semana

A identificação destas pessoas começa a ser feita na próxima semana através dos cuidados de saúde primários ou unidades privadas do sector privado e social, caso estes doentes não sejam seguidos pelo SNS.

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Chegaram mais 90 mil doses da vacina da Pfizer Reuters/POOL

A ministra da Saúde anunciou nesta segunda-feira a chegada de mais 99.450 doses da vacina da Pfizer, cumprindo-se o calendário previsto. Marta Temido revelou também, em conferência de imprensa, que cerca de 255.700 pessoas já foram inoculadas com uma das duas vacinas contra a covid-19 que estão a chegar ao país (Pfizer e Moderna). As pessoas com mais de 50 anos e com doenças associadas começam a ser vacinadas na próxima semana, assim como profissionais considerados essenciais e membros de órgãos de soberania.

“Até dia 25 – ou seja, hoje – já tinham sido vacinadas mais de 160 mil profissionais de saúde e residentes de estruturas residenciais para idosos e da rede de cuidados continuados integrados, prevendo-se que esta semana termine a vacinação nestas estruturas de acordo com o objectivo fixado”, disse a ministra. A excepção são as pessoas em estruturas onde existem surtos activos, que serão vacinadas posteriormente ao surto ser dado como extinto.

Na próxima semana, anunciou, irá avançar-se para a vacinação de outros grupos prioritários, como previsto na estratégia de vacinação contra a covid-19, como elementos da emergência pré-hospitalar – em que se incluem bombeiros –, forças de segurança e titulares de órgãos de soberania. Assim como as pessoas com mais de 50 anos com determinadas doenças associadas a maior risco de agravamento de doença e mortalidade associada à covid-19.

“Na semana que vem iniciar-se-á também a vacinação das pessoas com mais de 50 anos e com uma das cormobilidades identificadas como de risco para internamento ou desfecho fatal relativamente à covid-19”, disse a ministra, especificando que se trata de doença coronária, insuficiência cardíaca, insuficiência renal e doença pulmonar obstrutiva crónica. 

A identificação destas pessoas começa a ser feita na próxima semana. “Estamos a falar de um universo de cerca de meio milhão de pessoas, e a sua identificação, através dos registos dos centros de saúde ou processo de realização de contacto com as pessoas e de identificação das mesmas através dos serviços privados quando não sejam utentes do SNS, está preparada para ser iniciada na semana que vem.”

Questionada sobre a vacinação dos membros de órgãos de soberania, nomeadamente presidentes de câmaras municipais, Marta Temido explicou que estes “são também presidentes das autoridades municipais de protecção civil”. “Isso confere-lhes por si só uma circunstância de essencialidade para a resposta à covid-19, e naturalmente que isso será tido em consideração. Estão a ser agora feitos os contactos no sentido da identificação exacta dos titulares de cargos elegíveis para esse efeito, para que possam começar a ser vacinados. Identificados concretamente nesta semana, começam a ser vacinados o mais tarde no início da semana que vem”, disse.

Plano está a ser revisto

Há ainda outra novidade. Marta Temido revelou que o plano de vacinação contra a covid-19 vai também ser revisto de forma a cumprir-se o objectivo traçado pela Comissão Europeia de se ter vacinados em Março até 80% dos idosos com mais de 80 anos e até 80% dos profissionais de saúde.

“Neste contexto, o Ministério da Saúde e as suas estruturas estão a trabalhar na actualização do plano e ainda hoje ou no decorrer desta semana a actualização será realizada para se ter este novo grupo, que acresce aos já definidos”, disse Marta Temido

Decorrido um mês desde o início da vacinação, e num balanço do que foi feito até agora, a ministra revelou que se espera que “até ao final deste mês estejam vacinados cem mil profissionais de saúde, considerados prioritários pelos serviços”, do SNS, INEM, Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, dos hospitais das Forças Armadas, Instituto de Medicina Legal, dos serviços de saúde prisionais e também das unidades privadas e do sector social “que estejam a receber ‘doentes covid’ em colaboração com o SNS”. Até à data, Portugal recebeu cerca de 411.600 doses de vacinas contra a covid-19, distribuídas entre continente, Madeira e Açores.

Já quanto à vacinação de pessoas que não farão parte dos grupos prioritários – situações que foram denunciadas no final da semana passada pelas ordens dos Farmacêuticos e dos Enfermeiros –, a ministra avançou que foram discutidos na reunião com a task force “mecanismos que irão ser estabelecidos para a avaliação de situações de desvio daquilo que são as regras da vacinação de acordo com os grupos prioritários”.

“Esses mecanismos serão aqueles que melhor permitirão garantir que estas situações são evitadas e que, acontecendo, são objecto da necessária censura caso se constate que correspondem a situações de vacinação indevida face à ordenação dos grupos prioritários”, afirmou Marta Temido. Já sobre o intervalo entre doses, explicou que o país vai manter o intervalo mínimo de 21 dias recomendado pelo laboratório, pelo menos até que a Agência Europeia de Medicamentos se pronuncie sobre a questão.

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