Sánchez foi à Catalunha apelar ao voto no seu ex-ministro da saúde

Os socialistas aparecem em terceiro nas sondagens para as eleições regionais de 14 de Fevereiro, muito perto dos independentistas que ainda têm a maioria dos votos.

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Pedro Sánchez discursando ao lado da fotografia de Salvador Illa CRISTINA DIESTRO HANDOUT/EPA

“A Espanha gosta da Catalunha. A Espanha necessita da Catalunha”, disse este sábado o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, num comício eleitoral em Tarragona, onde foi dar o seu apoio ao candidato do Partido Socialista da Catalunha à chefia do governo catalão, Salvador Illa.

Illa, que deixou de ser ministro da Saúde para se lançar na corrida eleitoral para as eleições regionais da Catalunha de 14 de Fevereiro, representa o “reencontro” dos catalães depois de um período de agressiva oposição entre independentistas e constitucionalistas, acrescentou Sánchez, citado pelo El Periódico.

Numas eleições marcadas pela pandemia e que o governo regional tentou adiar até ao final de Maio, mas cuja data foi confirmada na sexta-feira pelo Tribunal Superior de Justiça da Catalunha, Illa é trunfo importante que pode fazer pender a balança para o lado dos partidos constitucionalistas.

Por agora, os independentistas continuam a ter a maioria. A sondagem de sexta-feira do El Periódico dava 22% à Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) e 20,7% à coligação Juntos pela Catalunha (JxC), mas os socialistas surgem logo a seguir, dentro da margem de erro, com 19,6%, uma subida de 1,1 pontos percentuais em relação ao anterior inquérito de opinião.

Os media espanhóis atribuem o crescimento dos socialistas ao efeito Illa e isso reflecte-se no discurso de Isabel Díaz Ayuso, a presidente da comunidade de Madrid, que também viajou para a Catalunha para dar uma mão ao candidato do Partido Popular, Alejandro Fernández, acusando o ex-ministro da Saúde de afundar a capital espanhola só para “cair nas boas graças” do secessionismo catalão. “O socialismo na Catalunha é independentismo”, disse.

A sondagem do El Periódico ainda dá a maioria aos partidos independentistas, já que com os 6,2% das intenções de voto da Candidatura Unitária Popular (CUP) os republicanos ficam à beira dos 50%.

Além disso, a aritmética entre os partidos constitucionalistas não se consegue fazer pela mera soma das partes. O Cidadãos (Cs), o único possível de se aliar aos socialistas, está no meio de uma crise grave e o seu único objectivo parece ser o de minimizar a queda. O Cs, que em 2017 fez história ao tornar-se o primeiro partido constitucionalista a ser o mais votado nas eleições regionais, em percentagem (25,3%) e mandatos (36), luta agora, sob a liderança nacional de Inés Arrimadas, para que o resultado seja o menos doloroso possível: a campanha luta por pelo menos 15%; a sondagem dá-lhe apenas 9,6%.

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