Tom Hanks vai ser o anfitrião do especial da tomada de posse de Joe Biden

A ideia da organização do momento da investidura do novo Presidente passa por criar um sentimento de união entre os americanos e, ao mesmo tempo, dar-lhes uma razão para ficarem em casa a ver televisão e, em plena pandemia, longe das multidões.

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Tom Hanks e a mulher, Rita Wilson, na cerimónia dos Óscares de 2020 REUTERS/Mario Anzuoni

Celebrar a América. Será este o título de um especial de 90 minutos, transversal a várias cadeias televisivas (ABC, CBS, CNN, NBC, MSNBC), que irá acompanhar a investidura do Presidente dos Estados Unidos para os próximos quatro anos, Joe Biden. Com um twist: o programa terá como anfitrião o conceituado actor Tom Hanks e contará com actuações de artistas populares como Justin Timberlake, Jon Bon Jovi e Demi Lovato – talvez até já com a canção que anunciou compor após o “assalto à democracia”. Tudo para enaltecer o orgulho americano e sarar as feridas ainda abertas após a invasão do Capitólio por uma multidão associada ao Presidente cessante Donald Trump.

Numa altura em que se debate os artigos para um novo impeachment do Chefe de Estado norte-americano, que, se aprovado (para já, terá o “OK” da minoria democrata e de uns quantos republicanos), o obrigará a manter-se afastado da esfera política do país, as atenções começam a focar-se no próximo dia 20 de Janeiro. E o Comité, que organiza a tomada de posse de Joe Biden, da sua vice Kamala Harris e respectiva Administração novinha a estrear, tem várias frentes em que se concentrar. Se, por um lado, é imperativo cuidar para que não haja falhas de segurança, por outro, é essencial aproveitar o momento para “celebrar o início de uma nova viagem nacional rumo a uma América unida”, relata o site TVLine.

Mas o orgulho nacional não passará apenas pelos percursos dos eleitos. No alinhamento serão incluídos cidadãos comuns retratados como “heróis americanos que estão a ajudar os seus compatriotas através desta crise, incluindo trabalhadores da linha da frente, profissionais de saúde, professores, cidadãos a retribuir, e aqueles que estão a quebrar barreiras”.

“Esta inauguração apresenta uma oportunidade única de destacar a resiliência e o espírito de uma América unida”, disse o presidente do Comité, Tony Allen, numa declaração citada pelo mesmo site, que explica também a vontade de manter as pessoas sintonizadas com a nova Administração e, ao mesmo tempo, afastadas das ruas e de grandes aglomerações, numa altura em que o país contabiliza 381.513 mortos e continua o crescimento de novos casos. “A nossa primeira prioridade é a segurança – por isso, enquanto muitos de nós vamos observar a partir das nossas casas em segurança, estamos a criar momentos reais de ligação que realçam uma nova era de liderança americana inclusiva que funciona e representa todos os americanos.”

É também nesta linha que entra Tom Hanks, o bem-amado actor de Big, Apollo 13, Forrest Gump ou O Náufrago, com dois Óscares no currículo. Hanks foi uma das primeiras figuras do mundo do showbiz a ser diagnosticado com covid-19, tendo necessitado de tratamento hospitalar, assim como a mulher Rita Wilson, com quem está casado há mais de três décadas. E o casal não só fez questão de enaltecer o trabalho das autoridades de saúde como doou plasma para a investigação e colaborou no sentido de fazer passar a palavra sobre as medidas que limitam a propagação do vírus: “Há realmente apenas três coisas que podemos fazer para chegarmos ao amanhã: usar uma máscara, distância social, lavar as mãos”, disse Hanks, citado pela revista People. “São coisas tão simples, tão fáceis; se alguém não consegue encontrar em si a capacidade dessas três coisas tão básicas, penso que deve ter vergonha de si próprio.”

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