Morreu Pedro Casaes, um dos músicos que ajudaram a construir os Gaiteiros de Lisboa

Além do percurso com o grupo de Macaréu, o baixista, vocalista e percussionista gravou com Fausto, José Afonso ou Luís Cília. Tinha 71 anos.

Pedro Casaes (primeiro à esq.) integrou os Gaiteiros a partir do segundo álbum do grupo, <i>Bocas do Inferno</i>
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Pedro Casaes (primeiro à esq.) integrou os Gaiteiros a partir do segundo álbum do grupo, Bocas do Inferno Fernando Veludo/NFACTOS
Os Gaiteiros de Lisboa de "um grande homem, um grande músico, um grande amigo"
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Os Gaiteiros de Lisboa de "um grande homem, um grande músico, um grande amigo" Facebook Gaiteiros de Lisboa

Integrou os Gaiteiros de Lisboa, enquanto percussionista, a partir de Bocas do Inferno, o segundo álbum do grupo, editado 1997, registando com esse nome fulcral da renovação da tradição portuguesa discos como Dança Chamas (2000) e Macaréu (2002), e esteve presente, enquanto baixista e voz afinada nos coros, em momentos marcantes da música popular portuguesa. Pedro Casaes morreu no último domingo, dia 13, aos 71 anos, revelaram os Gaiteiros de Lisboa através da sua página de Facebook. As causas da morte não foram divulgadas.

Baixista, vocalista, percussionista, Pedro Casaes ​começou a cantar no coro da Juventude Musical Portuguesa, dirigido por Francisco D’Orey e Luís Pedro Faro, entrando em 1975 para o GAC (Grupo de Acção Cultural - Vozes na Luta), juntamente com Eduardo Paes Mamede, Luís Pedro Faro, Carlos Guerreiro, Nuno Ribeiro da Silva e outros elementos do coro da Juventude Musical e do Coro da Incrível Almadense.

​Já extinto o GAC, Pedro Casaes​ deixou a sua marca na história da música portuguesa das últimas décadas. Trabalhou, por exemplo, com Fausto Bordalo Dias, oferecendo o seu baixo e a sua voz aos coros de álbuns como a obra-prima Por Este Rio Acima, de 1982, O Despertar dos Alquimistas, de 1985, ou Para Além das Cordilheiras, de 1987. Inscreveu também o seu nome na obra de José Afonso, tocando contrabaixo em Como se Fora seu Filho, álbum de 1983.

Dois anos antes, também no contrabaixo, ajudara a registar Marginal, álbum de Luís Cília, a quem se reuniria novamente ao integrar o coro do Hino ao Sacanavenense, canção que encerra Contradições, disco de 1983 daquele nome destacado do nosso canto de intervenção. Ainda na década de 1980 ajudou a dar corpo ao álbum de estreia do grupo de música popular portuguesa Maio Moço. Participou também no disco colectivo Novas Vos Trago, de 1998, e nos álbuns Archipelagos, de Amélia Muge e Michales Loukovikas, editado em 2017, e Aqui, de Carla Pires, de 2016

“Um grande homem, um grande músico, um grande amigo. Partiu sem avisar… Deixou dentro de todos nós um vazio imenso. Boa viagem, companheiro”, escreveram os Gaiteiros de Lisboa na sua mensagem de despedida publicada no Facebook. Além dos álbuns supracitados, Pedro Casaes gravou com os Gaiteiros Sátiro (2005) e Avis Rara (2012), saindo do grupo quando da sua reformulação em 2017, da qual resultou Bestiário, editado o ano passado.

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