Fazer exercício ao ritmo da voz

Sara Pedrosa, professora de pilates, personal trainer e instrutora de ginástica laboral, fala sobre a falta de contacto físico nas aulas de exercício online e as várias formas de dar a volta para continuar a treinar.

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Corrigir é mais difícil online Annie Sprat Unsplash
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Corrigir é mais difícil online Rahel Patrasso/Reuters

Em 2020, a fórmula de treino personalizado mudou. Em vez de aulas, lado a lado, com um profissional do exercício disponível para corrigir e ajudar o aluno a executar os exercícios, muitas aulas passaram a ser feitas através de ecrãs. Porém, sem interacção física é mais difícil corrigir um aluno — especialmente se a ligação da Internet falha ou a qualidade de imagem não é tão boa. Mas não é impossível e há várias vantagens em dar aulas através da Internet. 

Quem nos diz isto é a Sara Pedrosa, 29 anos, professora de pilates, personal trainer e instrutora de ginástica laboral, que, em 2020, passou a ter de dar todas as suas aulas através de ecrãs. “O intuito com o exercício físico é sempre chegar ao maior número de pessoas, e o online permite isso. Há mais pessoas a conseguir aceder às aulas em simultâneo”, sublinha Pedrosa, que desde cedo soube que queria seguir a área do exercício físico para descobrir como a actividade física pode ajudar na “prevenção e no tratamento de doenças”.

Em Novembro, a profissional da Healthy Generation foi uma das convidadas do podcast Vitamina P, da Ímpar, sobre desporto e nutrição, num episódio dedicado a dicas para aumentar a actividade física em teletrabalho. Uma das soluções é optar por aulas virtuais em que os instrutores dependem mais da voz como um “toque” para guiar os alunos. Mas o contacto físico, real, lembra Pedrosa, faz sempre falta.

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Sara Pedrosa, instrutora de ginástica laboral da Healthy Generation DR

De que forma é que o contacto físico — ​ o toque — ​ faz falta numa aula de exercício? 
O toque no treino personalizado é muito importante para podermos corrigir o aluno durante o exercício. Sem dúvida que a acção verbal acompanhada do toque é mais eficaz na correcção dos exercícios do que apenas dizermos como é que algo se tem de fazer. Como instrutora de pilates, uso mais o toque para dar ênfase às amplitudes de movimento que quero em cada exercício. 

E além da correcção? 
O toque também é muito importante na activação muscular, uma vez que através do toque estamos a dar uma informação ao cérebro de onde se deve sentir bem, como aumentar a consciência do aluno de modo a conseguir um maior recrutamento muscular.

Como é que se tenta fazer isto online? É possível substituir o toque físico? 
Nos treinos e aulas online, a nossa demonstração e a acção verbal são fundamentais. Além de demonstrar a todos os alunos o que quero que o aluno faça, dou ênfase na execução aos segmentos mais importantes do exercício. Durante a realização dos exercícios por parte dos alunos, também estou constantemente a dizer onde quero que sintam, quais os músculos que estão a trabalhar e quais as acções corporais que devem ser enfatizadas durante todo o movimento. 

Também dá aulas de ginástica laboral. Aí, como foi a adaptação ao teletrabalho? As câmaras são importantes? 
No online, embora estejamos longe, a questão visual é ultrapassada com as câmaras ligadas. Apelo sempre a que tenham as câmaras ligadas para que eu possa visualizar os alunos a fazer os exercícios e corrigi-los. 

Há vantagens no online?
Em termos do meu teletrabalho, tanto a nível do treino, como do pilates, como da ginástica laboral, o intuito é sempre chegarmos ao maior número de pessoas. E o online permite isso. A nível da empresa chegamos a um número elevado de pessoas e mais pessoas conseguem aceder à aula. Podem marcar na agenda, como uma reunião, e naquele momento ligam-se e conseguimos chegar a eles. Acredito que a questão do teletrabalho foi ultrapassada de forma positiva. Há aspectos mais positivos e outros mais negativos, mas no fim conseguimos colocar os nossos serviços online e isso tem sido muito positivo. 

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